
HISTÓRICO | ||
1854 | Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, empresário e empreendedor, inaugura a primeira ferrovia do Brasil, ligando a Raiz da Serra de Petrópolis ao Porto Mauá na Baia da Guanabara, Rio de Janeiro.
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1867 | É inaugurada a São Paulo Railway Company, depois Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, ligando o interior de São Paulo ao Porto de Santos, para transportar a produção de café do interior do estado paulista para exportação. Mauá participou da construção da ferrovia, mas foi excluído pelos sócios ingleses antes mesmo de sua inauguração.
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1868 | Um grupo de fazendeiros resolve criar a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, ligando Jundiaí à Campinas
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1872 | Um outro grupo de fazendeiros resolve criar uma ferrovia para propiciar o escoamento da produção de uma das regiões mais produtivas do estado de São Paulo, a região de Mogi-Mirim e Amparo. Assim, em 21 de março a lei provincial nº 18 dá origem a Companhia Mogyana de Estradas de Ferro, com sede em Campinas. O trecho inicial da concessão ia de Campinas à Mogi Mirim (na época Mogy-Mirim), havendo também um ramal entre Jaguariúna (na época Jaguary) e Amparo, todas as cidades localizadas na província de São Paulo. Esta mesma lei concedia o prolongamento da linha até às margens do Rio Grande, passando por Casa Branca e Franca. O objetivo da estrada de ferro era, entre outros, transportar café e gado, concedia também o privilégio de zona e garantia de juros de 7% sobre o capital investido, na época 3.000:000$000 (três milhões de contos de réis). Também concedia o privilégio, sem garantia de juros para o prolongamento da linha até às margens do Rio Grande, passando por Casa Branca e Franca. Os fundadores da Companhia foram: Antônio de Queiroz Telles (Barão, Visconde e Conde de Parnaíba), família Silva Prado e José Estanislau do Amaral, entre outros grandes plantadores de café. Fazia parte também o Barão de Tietê presidente da Companhia União Paulista (empresa de seguros). A primeira reunião de acionistas ocorreu em 1° de julho, no Paço da Câmara Municipal de Campinas quando foi constituída a primeira diretoria, composta provisoriamente por: Antônio de Queiroz Telles, Tenente Coronel Egídio de Souza Aranha, Antônio Pinheiro de Ulhoa Cintra (Barão de Jaguara), Capitão Joaquim Quirino dos Santos e Antônio Manoel de Proença. O projeto de construção e organização foi concluído em 2 de dezembro, que foram aprovados em junho do ano seguinte. Em agosto, é inaugurada a Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
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1873 | Em 30 de março , esta a mesma diretoria é eleita definitivamente na Assembléia Geral. Em 19 de julho, é firmado emitido o contrato com o Governo Provincial. Em 28 de agosto inicia a construção da estrada de ferro. O decreto imperial n° 5.137 de 13 de novembro, concede a autorização para Companhia funcionar e aprova seus estatutos.
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1875 | Em 3 de maio inaugura o primeiro trecho de 34 km da linha tronco, entre Campinas e Jaguariúna. Em 27 de agosto inaugura, com a presença de Dom Pedro II, o segundo trecho de 41 km da linha tronco, entre Jaguariúna e Mogi Mirim. 15 de novembro inaugura o ramal de Jaguariúna à Amparo, com 30 km de extensão.
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1878 | Em 14 de janeiro linha tronco chega a Casa Branca e totaliza 173 km.
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1880 | Após longas discussões com os representantes da Província de São Paulo, do Governo Imperial e da Companhia Paulista, obtém o privilégio de estender seus trilhos até Ribeirão Preto, desviando a linha tronco de seu curso original.
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1882 | Em 30 de junho é inaugurado o ramal da Penha (Itapira). | |
1883 | Em 23 de novembro a linha tronco chega a Ribeirão Preto e totaliza 318 km. | |
1887 | Em 11 de abril os trilhos da linha tronco chegam a Franca. | |
1888 | A Mogyana transpõe o Rio Grande, divisa das Províncias de São Paulo e Minas Gerais. Fusão com a Companhia Ramal Férreo do Rio Pardo, que interligava Casa Branca à São José do Rio Pardo. Inicia também o serviço de navegação no Rio Grande, passando a se chamar Companhia Mogyana de Estradas de Ferro e Navegação.
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1889 | Em 23 de abril a linha tronco chega a Uberaba-MG e completa 613 km de extensão. Em 31 de julho é inaugurado o primeiro trecho do ramal de Mococa, trecho Casa Branca - Engenheiro Gomide.
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1890 | Em 2 de março é concluído o ramal de Amparo, quando os trilhos chegam em Monte Alegre. Em 18 de março é concluído o ramal de Mococa, com a inauguração do trecho Engenheiro Gomide - Canoas.
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1892 | Em 28 de março é concluída a construção do ramal de Serra Negra. | |
1895 | Em 21 de dezembro a linha tronco alcança Uberabinha-MG (Uberlândia), totalizando 744 km. | |
1896 | Em 15 de novembro a linha tronco alcança Araguari-MG, totalizando 789 km. A concessão permitia que as linhas da CM chegassem a Catalão-GO, contudo devido aos contínuos deficits operacionais, desistiu de construí-lo, transferindo seus direitos para a Estrada de Ferro Goyaz.
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1897 | É aprovado pelo Governo Federal/Estadual a construção da Linha de Santos, contudo os esforços da São Paulo Railway para garantir seu monopólio são imensos, inclusive comprando a Estrada de Ferro Bragantina em 1903 para "bloquear" a passagem da linha pela região de Camanducaia, assim conseguindo inviabilizar a construção. No fim dos anos 20 o projeto é totalmente cancelado.
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1898 | Em 1° de agosto é concluída a construção do ramal de Itapira, quando os trilhos chegam em Sapucaí-MG
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1899 | Em 1° de agosto é inaugurado o primeiro trecho do ramal de Igarapava (Entroncamento-Amoroso Costa). Nesta mesma data é inaugurado o primeiro trecho do ramal de Sertãozinho (Ribeirão Preto - Sertãozinho)
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1903 | Inaugura seu complexo de oficinas em Campinas. Inauguração em 1° de abril do primeiro trecho do ramal de Guaxupé, entre Ribeiro do Valle e Itahyquara.
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1904 | Uma comissão é formada para avaliar a situação das estradas de ferro Paulista e Mogiana, propor um plano de fusão e ainda adquirir a Estrada de Ferro Sorocabana. Esta comissão fora formada por Alfredo Maia, representando o Gov. do Estado de São Paulo, Antonio Carlos da Silva Telles, pela CM e Adolpho Augusto Pinto, pela CP. O relatório foi entregue ao Governador do Estado, na época Jorge Tibiriça e aos representantes das companhias. O plano foi rejeitado pelos acionistas de ambas as empresas, nas assembléias de 1905. Em 1° de abril é inaugurado o trecho Itahyquara - Julio Tavares do ramal de Guaxupé e em 15 de maio em concluído.
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1906 | Em 25 de novembro é inaugurado mais um trecho do ramal de Sertãozinho (Sertãozinho - Francisco Schimidt)
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1908 | A Mogiana inicia a montagem e fabricação de locomotivas a vapor. Vide o ano de 1922. | |
1909 | São adquiridos os direitos para construir e explorar as linhas referentes à Rede de Viação Sul Mineira. Em 21 de abril é concluída a construção do ramal de Socorro.
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1911 | Tomada do primeiro empréstimo na Inglaterra, para custear o projeto e a construção da linha de Santos e do Sul de Minas. | |
1912 | Em 23 de junho é inaugurado o primeiro trecho do ramal Guaxupé-Passos. | |
1914 | Tomada do segundo empréstimo na Inglaterra. Em 3 de maio é concluída a construção do ramal de Sertãozinho, com a inauguração do trecho Francisco Schimidt - Pontal, totalizando 42 km.
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1915 | Em 3 de outubro, é concluído o ramal de Igarapava na época Santa Rita do Paraizo. | |
1921 | Em 11 de dezembro é concluída a construção do ramal Guaxupé-Passos. Este foi o último ramal construído pela CM, a partir desta data ocorreram somente retificações de traçado da linha tronco.
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1922 | A locomotiva à vapor de manobra 807, fabricada pela CM, recebe um dos sete Grandes Prêmios da Exposição do Centenário da Independência que se realizou no Rio de Janeiro.
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1923 | Devido a desativação de serviço de navegação no Rio Grande, volta a se chamar somente Companhia Mogyana de Estradas de Ferro.
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1926 | Governo do Estado de São Paulo, permite a unificação da administração das linhas. Até então havia a divisão administrativa das linhas, divididas em: Tronco e ramais; Linha do Rio Grande e Ramal de Caldas; Linha do Catalão; Ramal de Guaxupé; Rede de Viação Sul Mineira. É entregue ao tráfego a variante Anhumas-Tanquinho, primeiro trecho retificado na linha tronco.
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1929 | A crise mundial e depois o declínio da exportação de café, faz com que a Mogiana tenha cada vez mais redução de suas receitas, que associado ao alto custo da dívida externa ela fica sufocada financeiramente, fazendo com que seus equipamentos e linhas fiquem obsoletos, provocando ainda mais a fuga das cargas e passageiros das linhas.
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1936 | É fundada a Companhia Mogiana de Transportes, mais tarde Rodoviário da Cia. Mogiana. | |
1937 | O nome da Mogyana passa a ser grafado com I. A CM constroi sua primeira automotriz.
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1940 | A CM nacionaliza sua dívida externa, com isso consegue se livrar da pressão exercida pela variação cambial.
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1945 | É entregue ao tráfego na linha tronco a variante Tanquinho-Guedes. São compradas as últimas 12 locomotivas a vapor, da fábrica Baldwin Locomotive Works.
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1948 | É entregue ao tráfego na linha tronco a retificação do traçado compreendendo Rodolfo Paixão-Mangabeira, retirando da região central de Uberaba os trilhos da estrada de ferro.
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1951 | É entregue ao tráfego na linha tronco a variante Lagoa Branca-Tambaú. Uma parte da antiga variante, torna-se o ramal de Baldeação (Cel. Corrêa - Baldeação)
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1952 | Governo do Estado de São Paulo, gestão de Lucas Nogueira Garcez, adquire a maioria das ações da CM. Na época foram avaliadas diversas alternativas de solução para o problema, sendo que duas hipóteses foram a transferência da admnistração para a CP ou .... Inicia o processo de dieselização com aquisição das primeiras locomotivas diesel-elétricas GE-Cooper Bessemer, . | |
1956 | São fechados os ramais considerados deficitários, iniciando pelos de bitola de 60 cm, Serra Negra, Cravinhos e Jandaia. | |
1957 | O governo federal cria através da lei 3.115 de 16 de março a Rede Ferroviária Federal, unindo 18 estradas de ferro. são compradas mais 30 locomotivas EMD-GM, modelo G.12 | |
1959 | CM inicia a fabricação de carros de aço carbono. | |
1960 | A CM compra mais 23 locomotivas GM-EMD, modelo GL.8. | |
1961 | A CP é adquirida pelo Governo do Estado de São Paulo, gestão Carvalho Pinto. São desativados os ramais de: O trecho Mococa - Canoas do ramal de Mococa, de Biguatinga (Guaxupé-Biguatinga), de Vargem Grande (Lagoa Branca-Vargem Grande) e Pinhal (Mogi-Guaçú-Espírito Santo do Pinhal)
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1964 | É entregue ao tráfego na linha tronco a variante Bento Quirino-Entroncamento (entre Ribeirão Preto e Jardinópolis). | |
1966 | O Trecho Ribeiro do Valle - Mococa é desativado, o trecho remanescente torna-se parte do ramal de Guaxupé. Parte do ramal de Cajurú é desativado (Amália-Cajurú). O ramal de Tuyuty (Juréia) é desativado. O ramal de Monte Alegre do Sul é desativado. O ramal de Socorro é desativado.
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1967 | Os trens da CM passam circular regularmente até Goiânia. são adquiridas as últimas locomotivas diesel-elétricas, que totalizaram 89 unidades, incluindo as LEW procedentes da Alemanha Oriental e as ALCO, repassadas pela Paulista. Pelo Decreto n.º 48.029, de 29 de maio de 1967, a Estrada de Ferro São Paulo e Minas foi transferida para a administração da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro e, mais tarde, pelo Decreto – Lei de 19 de setembro de 1969, foi transformada em sociedade de economia mista a fim de possibilitar a sua incorporação à FEPASA, em 11 de novembro de 1971. O ramal de Cel. Corrêa - Baldeação é desativado. O restante do ramal de Cajurú é desativado. O ramal de Amparo é desativado.
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1968 | Em 21 de abril, inaugura o serviço de transporte de passageiros para Brasília-DF, que passam a correr regularmente a partir de 15 de dezembro. Chamado de Bandeirante, este trem utilizava carros Budd-Mafersa adquiridos da Estrada de Ferro Sorocabana. A empresa francesa Sofrerail, é contratada pelo Governo do Estado e Companhia Paulista para avaliar e propor as bases da fusão das Estradas de Ferro em uma única empresa.
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1970 | Devido a construção da represa de Jaguara, a ponte sobre o Rio Grande que pertencia a linha tronco original foi submersa. A antiga linha tronco, que já havia perdido esta condição, é seccionada em dois ramais, Entroncamento-Rifaina e Amoroso Costa-Jaguara.
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1971 | Em 10 de novembro de 1971 pela Lei n.º 10.410/SP, o Governo do Estado de São Paulo unifica as ferrovias paulistas: Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Estrada de Ferro Sorocabana, Estrada de Ferro Araraquara, Estrada de Ferro São Paulo - Minas (desde 1967 sob administração da CM) e a Mogiana, criando-se assim a Fepasa - Ferrovia Paulista S/A.
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1973 | Liberada ao tráfego a variante Omega-Araguari construída pelo 11° Batalhão de Engenharia de Construção, na época 2° Batalhão Ferroviário, conhecido com Batalhão Mauá, destacando-se duas obras de arte, o viaduto do Fundão, com 660 metros de comprimento e altura máxima de 87 metros e a ponte sobre o Rio Araguari com 685 metros de comprimento. Liberado ao tráfego de trens de passageiros, na linha tronco, as variantes Tambaú-Bento Quirino e Boa Vista-Guedes.
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1974 | Fepasa encomenda à GE um lote de 110 locomotivas U20C de bitola métrica, para reforçar o parque de tração. | |
1976 | O ramal de Itapira é desativado. A Fepasa lança o projeto para eletrificação do Corredor de Exportação Uberaba-Santos.
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1977 | Os trens para Brasília são suprimidos. | |
1978 | O ramal de Casa Branca - Passos é desativado. | |
1979 | Entregue ao tráfego na linha tronco, a variante Entrocamento-Amoroso Costa. | |
1981 | Volta a circular um trem semanal de Campinas à Brasília, contudo não são mais utilizados os carros de aço inox Budd 800 e sim os de aço carbono da Rede Ferroviária Federal. A partir do final dos anos 80, a Fepasa inicia a eletrificação do trecho Campinas-Ribeirão Preto, abandonando o projeto em 1995. O trecho Boa Vista – Casa Branca tem a sua parte fixa concluída, faltando o trecho Casa Branca – Ribeirão Preto.
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1990 | Corre o último trem de Campinas à Brasília. | |
1992 | Rede Ferroviária Federal é incluída no plano nacional de desestatização. | |
1995 | Paralisação da execução do projeto de eletrificação. | |
1996 | A Malha Centro-Leste da Rede Ferroviária Federal é desestatizada, dando origem à Ferrovia Centro-Atlântica. | |
1997 | O último trem de passageiros corre em 10 de setembro. | |
1998 | Na gestão do governador Mario Covas, em 18 de fevereiro, a Fepasa é incorporada à Rede Ferroviária Federal, como parte do pagamento da grande dívida contraída pelos governos estaduais anteriores. Em 10 de novembro, é arrematada em leilão pelo consórcio formado pela Ferroban - Ferrovias Bandeirantes S/A.
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1999 | Ferroban assume em 1° de janeiro. A exploração da linha vai até Aramina, desta estação até Araguari a exploração fica por conta da FCA - Ferrovia Centro-Atlântica. A CVRD - Companhia Vale do Rio Doce assume o controle acionário da FCA.
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2002 | A FCA assume totalmente a exploração das linhas da CM, de Boa Vista Nova (Campinas) à Araguari. As oficinas de Campinas não são transferidas para a FCA, permanecendo com a Ferroban. É criada a Brasil Ferrovias, que assume o controle da Ferroban, Novoeste e Ferronorte. |
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