Resolvi escrever este texto para compartilhar com todos a magia das páginas do passado. Começando este trabalho não da para imaginar o que está por vir nem o quanto posso aprender com este projeto. Com certeza estarei aprendendo muito, e espero com este blog ir descobrindo as cortinas de um passado, que seja de interesse real e de muito conhecimento de uma época extremamente mágica. Meus agradecimentos. Vicente Aparecido do Amaral

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Como Começou a Televisão Brasileira







O INÍCIO DA TELEVISÃO BRASILEIRA:



18 de setembro de 1950. Está inaugurada a televisão no Brasil...PRF-3, Tupi Difusora. Em sessão solene realizada em São Paulo, Assis Chateaubriand e Homero Silva levam ao ar (ao vivo) o primeiro programa da televisão brasileira: "Show na Taba", que mesclava música, humor, dança e um quadro de dramaturgia, apresentado pelo próprio Homero Silva, com direção de Demirval Costa Lima e Cassiano Gabus Mendes.
O hino composto para a ocasião seria cantado por Hebe Camargo, mas foi interpretado pela atriz Lolita Rodrigues. Comenta-se que Hebe resolveu sair para namorar bem na hora H...
- "Estamos ao vivo!!!" Respirar para Cassiano Gabus Mendes estava difícil. Ao final da transmissão, quando todos já se sentiam aliviados, veio a pergunta: - "O que vamos colocar no ar amanhã???"
Assim começou a televisão no Brasil... muita vontade, pouca experiência e muito sacrifício!!!Dizem que a emoção foi tanta, que Assis Chateaubriand inaugurou sua emissora igualmente como se batiza um navio: quebrando uma garrafa de champanha na lente da câmera. Como conseqüência, a transmissão, que teria três câmeras, passou a ter só duas. São Paulo foi o primeiro estado da América Latina a ter uma emissora de televisão. Em pouco tempo, o interesse foi tão grande que empresas de São Paulo e Rio de Janeiro começaram a importar aparelhos para vender ao público.
Hino da Televisão
Vingou como tudo vingano teu chão, PiratiningaA cruz que Anchieta plantou!Pois, dir-se-á que ela hoje acenaPor uma altíssima antenaEm que o Cruzeiro pousou.E te dá, num amuleto,O vermelho, branco e pretoDas contas do teu colar.E te mostra num espelho, O preto, branco e vermelho,Das penas do teu tocar.

Entre os primeiros programas, além dos filmes, destacava-se " A escolinha de Ciccilo": um sucesso levado do rádio para a televisão por Ribeiro Filho. Aos 14 anos, Walter Avancini já atuava como ator e interpretava um adolescente italiano. Hebe Camargo e Ivon Curi faziam sucesso e entravam para a história cantando "Noite de Luar".

18 de setembro de 1950: às 21 horas, Dr. Assis brindava dizendo: "Vamos saudar a inauguração do mais subversivo instrumento de comunicação deste século!""Câmera Um", programa feito apenas com uma câmera e "ao vivo", contava histórias de terror e suspense - eram peças de teatro do tipo grande guigno. O nome vem do teatro francês que fazia esse tipo de peça. Para a época, um programa com direção avançada e ousada, pois baseava-se nos filmes de Hitchcock, entre os quais "The rope" (no Brasil, "Festim diabólico"). A inovação apresentada pelo grande cineasta consistia em dirigir o filme inteiro num único plano e, para eliminar os cortes, paredes e móveis do cenário se moviam. Jacy Campos, diretor do "Câmera Um", colheu glórias pela sua audácia para a época.
Tudo (desde o momento de entrar no ar até seu fechamento) era "ao vivo". Lenda ou fato, a atriz Neide Alexandre, como garota propaganda, querendo demostrar a resistência de um prato que o fabricante dizia ser inquebrável, jogou-o no chão!!!!!! Dito e feito!!!! Espatifou-se e nem era possível chamar "nossos comercias, por favor!!!"
A televisão era um espetáculo diário com 12 a 14 horas ininterruptas, trabalhava-se sete dias por semana, com muito improviso, pouca responsabilidade e todos os problemas eram resolvidos com muita criatividade.
" Que a televisão não seja sempre vista como a montra condenada, a fenestra sinistra, mas tomada pelo que ela é de Poesia." - " Santa Clara, Padroeira da Televisão", de Caetano Veloso, no disco Circuladô - 1991.1960 e a televisão brasileira já estava a todo vapor: chegava o vídeo-tape, as novelas abraçavam uma maior audiência, os seriados americanos chegavam sem parar (quem não se lembra de "Papai sabe tudo"). Também ia ao ar o "Grande Teatro", às segundas-feiras, com um elenco de atores do TBC - Teatro Brasileiro de Comédia, que incluía Sérgio Brito, Ítalo Rossi e Fernanda Montenegro. A TV Tupi de São Paulo, juntamente com a TV Record, apresentavam os melhores programas de entretenimento para um país que vivia a própria ditadura, selvagem, agressiva e intimidadora. Na certa, assistir televisão era para poucos, só em preto e branco e, muitas vezes, na casa do vizinho - o televizinho: aquele mais rico da rua que era invejado por todos, pois ele tinha uma "TELEVISÃO".
Também nessa época surge a Jovem Guarda, apresentada por um rapaz franzino, tímido, que a TV Record transformaria no maior cantor brasileiro de todos os tempos. "Essa garota é papo firme..." e tantos outros sucessos levaram Roberto Carlos a ter uma das maiores audiências das tardes de domingo. Hoje, Rede Globo e SBT brigam com a incapacidade e o besteirol eletrônico para ver quem é o primeiro (pior).
Ninguém da época dos pioneiros imaginaria assistir atentados terroristas ao vivo na caixinha mágica (apelido que ganhou nos últimos tempos), com imagens tão impressionantes que só o cinema, até então, tinha ousado criar.
"A televisão é honesta : a cada 15 minutos ela interrompe os programas para dizer: 'nós estamos aqui para vender extrato de tomate e sabonete.' Não se deve cobrar dela uma função educativa, porque a vocação dela é ser comercial". Sílvio de Abreu
"Almoço com as estrelas", programa de 1966 apresentado por Airton Rodrigues e Lolita Rodrigues, esteve no ar por vários anos pela TV Tupi de São Paulo. Sua receita era simples: os artistas mais famosos da época sempre marcavam sua presença e, com isso, ganhou muitos pontos de audiência. Assim como Hebe Camargo, que em 1963 iniciou uma nova fase deixando a emissora e se dedicando ao casamento com Décio Capuano.
Mas a TV Tupi já experimentava a concorrência e a televisão carioca começava a ganhar espaço também em São Paulo, com artistas de primeira linha. O apresentador Flávio Cavalcanti fazia quadros com Antônio Carlos Jobim (até então um desconhecido maestro em início de carreira): ninguém podia perder a "Noite de Gala".

Os programas de humor também agradam em cheio. Nessa mesma época, a TV Tupi apresentava, todas as tardes, a novela "Lar Doce Lar". Às cinco da tarde, um programa feminino, fechando com outra novela noturna até chegar o momento do grande e inesquecível "Repórter Esso".
A TV Excelsior começa a roubar os grandes atores da Tupi e surge a primeira grande mudança significativa na televisão brasileira. Os atores Tarcísio Meira e Glória Menezes, que tinham acabado de fazer o filme "Cleópatra", começam suas carreiras na televisão com a novela "2-5499 Ocupado": a primeira novela diária da televisão brasileira. Gravada em vídeo-tape, foi trazida por Edson Leite da Argentina, que na época era o diretor geral da Excelsior. Foi uma tremenda revolução na TV. A concorrência sentiu o golpe.
A televisão cria o Jornal Nacional, e o seu grande marco é a transmissão ao vivo do primeiro homem pisando na Lua: o Brasil parou para ver, via satélite, Neil Armstrong dar seus pulinhos no símbolo dos namorados.
1970 e outro momento mágico vive a televisão brasileira: a transmissão da Copa do México e, o que é melhor, "Brasil Tricampeão" - Gerson, Pelé, Rivelino, nossa, tudo isso na cara da gente!!! A festa era total, num pool de emissoras os locutores se revezavam, transmitindo cada um apenas um tempo de cada jogo do Brasil. Mas não podemos esquecer da ditadura, que era cada vez mais presente em nosso país. Assistir peças de teatro como "Roda Viva", de Chico Buarque de Holanda, era, sem dúvida nenhuma, pedir para apanhar da polícia.
Novelas de Janete Clair emocionaram o país, entre elas "Selva de Pedra" (1972) e "Pecado Capital" (1975) e o Jornal Nacional, com o apresentador Cid Moreira, se tornou cada vez mais presente no nosso dia a dia. A Rede Globo de Televisão começava a oferecer uma programação consistente que pedia fidelidade ao seu telespectador e dava em troca o "Padrão de Qualidade Globo", através do todo-poderoso Boni: sem dúvida, o maior homem da televisão no Brasil, que oriundo do rádio, produziu discos e trabalhou em agências de publicidade. Sua especialidade era misturar todos os programas e criar a melhor programação em forma de pirâmide que a televisão brasileira já pôde ver.
Já se percebia uma variedade muito rica de programas na televisão, e o jornalismo, sempre presente, transmitia ao vivo uma das maiores tragédias ocorridas em São Paulo, quando o Edifício Andraus fervia em chamas. O Brasil parou para ver esse triste acontecimento. Assim caminhava a televisão brasileira.
Mas também tivemos coisas mais amenas, como "A Praça da Alegria" do saudoso Manoel da Nóbrega, que cria, na época, um programa de televisão que faz sucesso até hoje. Talvez seja o mais antigo da televisão brasileira, que foi passado de pai para filho e, sem dúvida, isso irá se repetir novamente.
E a "Família Trapo", com Zeloni, Ronald Golias (um dos maiores humoristas que o Brasil já conheceu) e Jô Soares, o mordomo da família. Jô e Carlos Alberto de Nóbrega escreviam a maioria dos episódios da "Família Trapo", que era apresentado todos os sábados à noite , pela TV Record de São Paulo. Na mesma época surgem os sitcoms (termo usado pelos americanos para comédias de situação), tais como "I love Lucy", um dos maiores sucessos aqui no Brasil, e outros seriados como "Perdidos no Espaço", com o velho e sempre atrapalhado Dr. Smith discutindo com o robô da família Robinson. Por aqui a gente se delicia com "Shazam, Xerife & Cia", com Paulo José e Flávio Migliaccio.
Mas, em televisão, "quem não se comunica se trumbica .... eu vim aqui para confundir e não para explicar..." O nosso querido velho guerreiro, o Chacrinha, com seus programas de calouros, e toda sua técnica de conduzir um programa de auditório e entretenimento, sem compromisso com nada, apenas em fazer aquilo que se gosta, de uma maneira clara, limpa e honesta, sempre com o seu Troféu Abacaxi!!! "Quem vai querer..."
1980: a Philco lança o primeiro videogame para a TV no país, o "Telejogo". A televisão passa a ser para a criançada e, por que não, para os adultos também. Surge uma nova maneira de diversão (agora sob o comando do telespectador) e, em 1982, a Sharp lança o primeiro vídeo-cassete. Pronto! A televisão brasileira acabou!!! Todos nós só vamos ver filmes, acontece o boom das locadoras de vídeos (abria uma a cada esquina). Enfim o cinema chegava em casa, com direito a pipoca, o conforto do lar doce lar e o melhor: sem intervalos comerciais. Uma nova mania surgia na cidade: amigos reuniam-se para assistir vários filmes nos finais de semana, as promoções das vídeo-locadoras eram infinitas (leve três e pague dois), as fitas de vídeo estavam concorrendo com os produtos em promoção nos supermercados.
Agora então a televisão morreu de vez... Mas Hebe Camargo seguia firme com seu programa e sua audiência cativa nas noites de segunda-feira, com sua risada inconfundível e sua simpatia proposital. A degustadora de cervejas não perdia a oportunidade de virar um copo cheio do malte sem sequer tomar fôlego. A inconfundível apresentadora sabia e sabe, até hoje, como comandar um dos programas de maior sucesso da televisão brasileira. Tanto que muitas acabam se espelhando na sua forma de apresentar e conduzir entrevistas. Adriane Galisteu é uma delas: a nova loirinha que já deu certo.
E no dia 28 de fevereiro de 1986, com uma inflação de 250% ao ano e os gastos públicos fora de controle, o Brasil decide enfrentar o Dragão!!! O Presidente José Sarney, às nove horas e trinta minutos de uma sexta-feira, anuncia aos brasileiros o fortíssimo pacote econômico que extinguia três zeros da nova moeda, acabava com a correção monetária e novamente a televisão estava presente como fonte de informação.
A Rede Globo de Televisão também investe nos festivais, e o cantor e compositor Guilherme Arantes vence com a música "Planeta Água" e Tetê Spínola aparece com a música "Escrito nas Estrelas".
O efeito "Dancing Days" (com Sônia Braga e Antonio Fagundes) varre o país: as discotecas começavam a fervilhar e "As Frenéticas" (obra de Nelson Motta) dia sim outro também estavam na "Discoteca do Chacrinha": era a hora de "abrir as asas, cair na gandaia e entrar na festa!!!", como a música dizia.

Os seriados da Rede Globo começavam a fazer um enorme sucesso, e a emissora do Sr. Abravanel começava a despontar e a subir na audiência com seus programas popularescos, que a crítica paulista não parava de comentar (talvez seja por isso que Silvio Santos não goste de jornalismo, nem de jornalistas). Aos domingos, ele era o rei absoluto: ninguém batia sua audiência. A razão: um público extremamente fiel ao seu talento, sua simplicidade e sua capacidade de criar e remontar programas adaptando-os à cultura popular brasileira. A TVS (hoje SBT - Sistema Brasileiro de Televisão) começa sua trajetória para tornar-se a segunda emissora em audiência do país. Ao contrário do que acontece nos EUA, onde coexistem várias emissoras fortes trabalhando simultaneamente, cada uma com o seu perfil disputando fatias de audiência, aqui no Brasil a televisão tem como característica marcante o fato de existir uma grande emissora, acima de todas as outras, praticamente monopolizando o mercado.
"Xuxa" e os seus baixinhos dominavam o horário matinal com músicas, sapatinhos, bonecas, enfim, todo e qualquer produto que pudesse ser explorado para vender a marca da apresentadora (este aspecto merece um estudo bem maior, talvez até uma tese).
Malu Mulher, Carga Pesada, Armação Ilimitada eram produtos da Rede Globo que faziam um tremendo sucesso com os jovens da época. Quem não lembra também de "Anos Dourados", com Malu Mader e Felipe Camargo, minissérie que conquistou de vez o público brasileiro? Grandes diretores e jovens atores marcavam sua presença nas salas de entretenimento em cada casa.
Assim caminhava nossa televisão: ditando regras, mostrando a nova moda, exigindo novos comportamentos, situando e transformando a cabeça dos jovens, emocionando a todos com suas produções em folhetins eletrônicos que absorviam uma boa parte da noite dos brasileiros. Era hora de chorar ou rir, não importa: era hora de viver outra realidade, menos a de quem trabalhava o dia todo. Como numa mágica, transportar-se para um mundo dos sonhos palpáveis, ao alcance de todos, sem contas para pagar, sem problemas (só os dos outros). Soluções claras e rápidas: bastava um dia, uma cena, um corte seco e lá estava o fim de todo um drama que havia se desenvolvido ao longo de alguns meses. Claro que com final feliz, onde o mocinho ficava com a mocinha e o vilão era castigado duramente - assim o telespectador admirava o quanto a vida é justa.
Uma obra aberta é um fantasma para os autores, mas fascinante ao mesmo tempo, pois torna o produto inteiramente diferente. Durante uma novela, todo mundo acaba dando palpite e é o público quem mais influencia em uma possível virada na história, pois bastam os comentários negativos sobre qualquer casal, assunto ou tema abordado que modificações acontecem.
Existem alguns elementos (típicos da receita de sucesso) que toda novela deve ter: o mocinho, a mocinha, o vilão da história, a ingênua, o filho perdido que não sabe quem são seus pais verdadeiros, o velho, o jovem e o romance (esse sempre jovem). Basta seguir este modelo, arrumar um bom argumento, uma boa costura na trama e pronto! O sucesso é inevitável. Mas, até quando essa receita vai dar frutos? Até agora não se percebe nenhum movimento ou ensaio nesse sentido e parece que ainda teremos, por vários e vários anos, a mesma receita, os mesmos temas, o mesmo melodrama que estamos acostumados a ver.
Mas a televisão brasileira não está fixada só em novelas, temos também o besteirol dos programas de auditório e é na década de 1990 que tudo isso começa a aparecer aos nossos olhos de uma forma clara (ou seria escura?), pois a qualidade da programação começa a percorrer uma descida sem limites. Por outro lado, a TV a cabo chega para abocanhar um público mais seletivo e qualificado, determinando a corrida dos telespectadores para uma programação de melhor qualidade. Este fato empurra a nossa televisão de sinal aberto ainda mais para o fundo do poço do absurdo, onde vale tudo para ganhar audiência. Até transmitir, o dia todo, enterro de personalidades e ídolos brasileiros com direito a música de fundo (das mais tristes, é claro). Explora-se o sentimento das pessoas que acabam sentando na frente da TV para lamentar, junto com a família do defunto, o momento em que o caixão é fechado definitivamente.
Mas não é só de coisa tão ruim assim que ultrapassamos a década de 1990. A Internet vem para ficar, para preocupar novamente os fanáticos pela televisão - os bites, os chats, os softwares, os hardwares - nomes que começam a fazer parte da linguagem popular, os sites, as home-pages dão o tom da década. E é para essa tecnologia que todo mundo corre, com a compra de computadores caseiros, e-mail pessoal (nossa, um correio eletrônico!!!) e ninguém mais ousava ficar para trás, pois isso seria o fim (a tecnologia engolia o homem).
Em 1997, o primeiro programa brasileiro visto simultaneamente pela Internet foi o "Fantástico". Já em 1998, a primeira experiência de HDTV feita no Brasil foi no mesmo programa. Assim seguia a nossa televisão... A TVA fez a primeira demonstração interativa via Internet somando SBT, TVA, AJATO, MEDIA CAST - novamente a tecnologia a serviço da informação televisiva.
Grandes diretores e produtores surgem também nessa época, como Guel Arraes, que depois de realizar "O Auto da Compadecida", leva para os cinemas o sucesso da TV.
Surgiu também a MTV, uma emissora que no seu início parecia rádio (tocava música o tempo todo), mas vinha com uma novidade: os vídeo-clipes, fazendo com que fosse uma forte opção para o público jovem, que acabou migrando para o canal. Criou um estilo próprio, chamado pelo próprio público "linguagem MTV".
A televisão é um mundo à parte por onde passam vários profissionais que não estão na frente da telinha e essa é a grande mágica: transformar idéias em roteiros, imagens que emocionam e informam. As Agências de Publicidade também fazem parte da história e da evolução da TV no Brasil, com seus comerciais inesquecíveis (quem não se lembra do Garoto BomBril, do baixinho da Kaiser, do primeiro sutiã?).
Durante esses cinqüenta anos de sucesso (muito sucesso), pesando bem na balança, os frutos são superiores e permanecem, e o podre, como em tudo, acaba se estragando.
Estaremos agora nesse novo século a experimentar uma nova televisão? Estaremos formando novos profissionais para construir uma televisão de qualidade? A criatividade de nossos autores, diretores e produtores estará despertando? O cinema brasileiro será o grande boom deste novo século?
Quem poderá responder a essas perguntas: doutores de psicologia, sociologia, professores de criatividade, de jornalismo, de radialismo? Quem serão os novos comandantes desse veículo de comunicação mais poderoso do Brasil? Os alunos de comunicação estarão sendo preparados para uma mudança radical na programação das emissoras (se por ventura vier a acontecer)? O que o povo gosta de ver? Ouvir? Sentir? Emoção? Informação?
Analisando a trajetória desses 50 anos, percebe-se uma clara mudança no comportamento dos jovens em virtude da televisão, que acaba substituindo a função dos pais. A solidão do ser humano continua depois da televisão com a Internet?
Gabriela e Regina Duarte em Chiquinha Gonzaga 1 fase Programa do Chacrinha
Agora, depois de ler essa matéria, não esqueça, hoje à noite tem futebol ao vivo!!! Convide os amigos, reúna-se em casa e não esqueça daquela bem gelada. Televisão: está na hora da diversão!!!

Algumas curiosidades durante os 50 anos da TV Brasileira
· Em 31 de março de 1997, o "Jornal Nacional" exibiu na imagens de truculenta violência policial contra nove cidadãos da região de Diadema (SP), que resultou no afastamento dos policiais envolvidos e até na prisão de alguns deles durante vários anos. Tudo isso, graças a uma gravação amadora realizada no momento em que toda a maldade acontecia.
· Aproveitando a iniciativa da Tupi, que transmitia eventuais sessões coloridas, a agência Panam Propaganda realizou, em 1964, o primeiro comercial em cores da TV brasileira. Poucos telespectadores puderam ver o novo filme em desenho animado das geladeiras e fogões Brastemp, estrelado pela já famosa família de esquimós.
· Nos festivais da Tupi, a finalíssima foi em 8/12/79 no Palácio das Convenções do Anhembi, e o cantor/compositor Fagner consagrou-se como o grande vencedor. Ele cantou "Quem me levará sou eu", de Dominguinhos e Manduca, com arranjos de Wagner Tiso. Em segundo lugar ficou Valter Franco, com a música "Canalha" (de sua autoria), e em terceiro lugar ficou Oswaldo Montenegro, com a música "Bandolins".
· No dia 08/04/92, a Globo convidou o público a "interagir" com um novo programa: "Você Decide", onde o telespectador tinha a oportunidade de decidir o final da história votando de sua casa através do telefone.
· TV-U: foi a primeira emissora educativa da América Latina. Adotando o slogan "Som e imagem a serviço da cultura", o canal 11, de Recife, foi inaugurado em 22/11/1968, tendo como diretor o professor Marcelo Caetano Queirós de Andrade, da Universidade de Pernambuco. Na festa inaugural, estiveram presentes o representante do Ministro da Educação e o Governador do Estado. A programação inicial contava com musicais, teleteatro e reportagens externas.

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