Pequena Retrospectiva do Passado

Resolvi escrever este texto para compartilhar com todos a magia das páginas do passado. Começando este trabalho não da para imaginar o que está por vir nem o quanto posso aprender com este projeto. Com certeza estarei aprendendo muito, e espero com este blog ir descobrindo as cortinas de um passado, que seja de interesse real e de muito conhecimento de uma época extremamente mágica. Meus agradecimentos. Vicente Aparecido do Amaral

domingo, 13 de janeiro de 2013

Meus sessenta anos


  1. OS MEUS ANOS SESSENTA...".
  2. Já há algum tempo vinha rabiscando algo sobre os famosos "anos 60". Daí que achei um texto e modifiquei de acordo com as minhas realidades.
  3. "Conheço muitos jovens com saudades dos anos 60, anos só imaginados através do cinema, livros ou relatos dos pais. Para eles seriam uma época mítica e lendária, os anos rebeldes. Também tenho saudades, mas não era bem assim...

  4. Não havia internet, Google, fax, celular e muito menos TV a cabo. E os quatro canais existentes começavam a funcionar ao meio-dia e encerravam a programação lá pela uma da manhã. E depois só ficava na tela um desenho estranho e estático nos dando boa noite até o final da manhã.
  5. Tínhamos que ir à biblioteca para fazermos pesquisas de colégio. Os discos, que eram chamados de "long-plays", de no máximo 32 minutos tinham que ser virados para tocar o lado B. Não havia controle remoto e nem telefone sem fio.
  6. Os telefones, assim como os táxis, eram sempre negros e muito pesados.
  7. E não tinham teclas, mas discos rotatórios com números encaixados dentro de buracos circulares onde enfiávamos os dedos. Daí a origem do verbo discar como sinônimo de telefonar. E não tinha "redial", o que nos obrigava a enfiar o dedo e discar de novo e de novo. E como dava engano!
  8. A onda do telefone era dar trotes. Crianças e adultos passavam trotes bobinhos tipo : "pinico de barro enferruja?" ou "A senhora pode esperar um minutinho?". Depois de 60 segundos de silêncio, o trocista dizia obrigado e desligava com uma risadinha audível...

  9. Telefone no Brasil sempre foi um problema.
  10. Para fazer uma ligação telefônica tínhamos que esperar o telefone "dar linha".
  11. Não havia DDI e uma ligação internacional demorava mais de quatro horas para ser feita pela telefonista. Quando a ligação se completava, nem sempre sabíamos mais do que queríamos falar ou então aquela paixão monumental já tinha virado um simples "flerte".

  12. Computadores, só os bancos tinham. Gigantescos, ocupavam andares inteiros e só eram compreendidos por especialistas que possuíam curso universitário sobre o assunto.
  13. Dentista doía, e doía muito...

  14. Em compensação a música era muito melhor! John Lennon, Jim Morrison, Janis Joplin e Jimi Hendrix, todos os jotas ainda estavam ativos. Muito doidos, mais pra lá do que pra cá, mas vivos. Bob Dylan não era o fanático religioso de hoje e influenciava toda uma geração de "quero-ser-poeta". E o Zé Bonitinho, Golias e o Zé Trindade apareciam na "Praça é Nossa" e até achávamos meio divertido, apesar de bastante kitsch.

  15. Dava para praticar namoros nas matas de noite sem sermos assaltados por pivetes e nem achacados por PMs.
  16. Uma calça Levis 501 custava o equivalente a US$ 3,00 na loja Marques de Moji Mirim, paraíso dos importados contrabandeados por pessoas totalmente indefinidas da cidade. O perfume Lancaster vinha da Argentina e todos nós, rapazes da cidade usávamos.O cheiro deste perfume nas festas concorridas era massacrante para as narinas mais sensíveis.

  17. Do Paraguai só chegava uísque falsificado, isto é, nacional legítimo Made in Assuncion. As camisas eram de Ban-lon, ou de malha com psicodélicos jacarezinhos verdes. E não é que a Lacoste voltou à moda? Aliás, muitos de nós víamos jacarés e macacos verdes e alucinados por aí.

  18. As calças eram de Tergal, isto é, não amassavam e nem perdiam o vinco e quem comprasse um terno na Ducal ganhava duas calças iguais. O que sempre me fez perguntar o porquê: calças sujavam mais do que paletós ou eram menos duráveis?

  19. As moças, depois de virarem mocinhas, ainda ficavam incomodadas, até que um gênio da publicidade escreveu: " Incomodada ficava a sua avó!", em anúncio de absorvente. E só havia Modess no mercado. E o que seria do amarelo se todos gostassem do vermelho? Ou vice-versa? Esta publicidade de tintas marcou. Se alguém lhe citar esta frase, ou é o seu pai, ou um estudante de publicidade ou algum novo velho nostálgico que aprendeu a dizer isto com o pai.

  20. Em Mogi Mirim haviam dois cinemas, o São José e o Rex, distante no máximo uns 15 minutos a pé A Brigitte Bardot e a Sophia Loren ainda eram umas gatas, e contávamos pin-ups pulando a cerca até cairmos no sono, nossos "wet dreams" noturnos.

  21. A Sonia Braga, linda aos 18 anos, tirava a roupa (nuínha em pelo!) todas as noites na peça Hair. E o Wilker era só um ótimo ator meio estranho e ruivo.

  22. As meninas nos dividiam entre os pães e os muquiranas, ou bonitos e feiosos.
  23. Pão era o Alain Delon. O Paul McCartney também, apesar de que as meninas mais "cabeça" já preferiam o Lennon, que usava óculos, era míope e tinha jeito e cara de intelectual , apelido politicamente incorreto de quem os usavam .

  24. Mas quem realmente salvou a minha vida afetiva e amorosa foi o ator francês Jean Paul Belmondo. Calma , gente! Belmondo era um feio com nariz estranho que as mulheres achavam "charmoso". E acabou com a tirania da beleza roliúdica dos galãs pasteurizados para sempre e graças a Deus!

  25. Os litros de leite eram vendidos em garrafas de vidro. Mas só dava para beber leite pasteurizado, isto é, que recebia um tratamento especial. Mas todos tinham que ser fervidos antes de serem bebidos. E não havia esse tal de desnatado: havia o adulterado com muita água e o adulterado com menos água. Leite em pó tinha que ser batido durante minutos com uma colher para dissolver no copo. Era um bom exercício para o muque. Até que surgiu o leite Glória que "dissolvia sem bater".

  26. E o carro Gordini, um francês fabricado em São Paulo, que todo jovem queria ter, recebeu o apelido de Leite Glória porque também se dissolvia sem bater. Era muito frágil. Os carros só possuíam rádios AM (!) e eram Fuscas, Dauphines, o já citado Gordinis, DKWs (Decavê) e Aero Willis.

  27. E o elegante Simca Chambord, (Eu tive um,Rss) com mini rabo de peixe e pneu de banda branca como um Cadillac chinfrim e tudo. Mas todos sem ar-condicionado e vidros elétricos. Mais um motivo para exercitarmos o muque que exibíamos por baixo das camisas de manga curta arregaçadas ao estilo James Dean, ou nas praças das cidades próximas onde todos jovens frequentavam a noite.

  28. Sol naqueles anos dourados não causava câncer, mas mesmo assim nos protegíamos com Rayto de Sol, o único argentino que chegava até nossos clubes. Bons tempos. Camisinhas só eram usadas nas incursões à zonas mui perigosas, nas casas coloridas  do sul de Minas.
  29. As torcidas de futebol só gozavam com as caras dos outros nas derrotas, sem brigas e sem violências, numa época onde porra e pentelho eram palavrões e não ficavam bem na boca de ninguém. Aliás, até hoje porra e pentelho não ficam bem na boca de ninguém...

  30. Os discos dos Beatles (e filmes) demoravam meses para serem lançados aqui. Mas quando chegavam eram uma festa, festa mesmo com todo mundo dançando twist e yê-yê-yê. As meninas alisavam o cabelo com ferro de passar roupa e só gostavam de garotos de cabelos lisos. Os meninos de cabelos mais rebeldes dormiam com ridículas toucas na cabeça feitas com meias de seda surrupiadas da mãe ou da irmã. E sempre acordávamos com uma marca na testa que só saía da cara da gente lá pela hora do recreio.

  31. Isto até 1966, quando surgiram os primeiros hippies e seus longos cabelos encaracolados. E foi aí, com os meus rebeldes cachos que arrumei a minha primeira namorada. As câmeras eram analógicas, manuais e muito mocorongas. Photoshop era apenas uma tradução para loja de fotografias, para quem estudava na Universidade Católica  ou para quem tinha feito American Fields, isto é, cursado a high school nos cafundós do centro-oeste americano.

  32. Outra coisa interessante era que dávamos festas onde a grande atração era uma pequena Eletro La com Tampa da Philips (Sonata que era um luxo) ou  um imenso gravador de rolo onde brincávamos de gravar as nossas vozes dizendo bobagens, poesias e outras bobagens. "Poxa, minha voz é assim mesmo?" É verdade, a gente ainda não se conhecia tanto.

  33. E psicanálise ainda era considerada coisa de maluco. Só em 1968 que a análise entrou na moda. E também surgiram as primeiras fitas cassete. Lembro de ouvir o Álbum Branco dos Beatles em uma dessas estranhas novidades. E de achar inovador e genial uma capa toda branca e branca ainda por cima e por baixo.

  34. Aliás, genial era o adjetivo da moda. Tudo era geniaaaal! Menos os filmes do Julio Bressane que passavam no Cine São José. Eram loooongos e chaaaatos... Havia festivais de bossa nova nos ginásios e auditórios onde cantavam jovens promissores, tipo um garoto tímido chamado Francisco Buarque de Holanda, e mais Eduardo Lobo, Nara Leão, ou uns coroas metidos a garotões como Antonio Carlos Jobim, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Vinícius de Morais. Todos geniaaais!

  35. Jorge Benjor ainda se chamava Jorge Ben e era só um dos maiores craques do futebol de areia, em Copacabana. Bairro onde também Vinicius morou. Açúcar não fazia mal. Engordava e causava cáries, mas não era o veneno de hoje. Não havia refrigerantes Diet. ou Light.
  36. Havia um tal refrigerante Grapette, que "quem bebe, repete" cuja principal característica era a de deixar a língua roxa. Roxa como a luz negra que dava ares de Londres ou San Francisco nas nossas festas e nos deixava com uns dentes cor de dente de vampiro. Nas festas, brincava-se de pera  uva ou maçã. Pera era aperto de mão, uva, abraço, maçã, beijo. As mais afoitas escolhiam logo salada mista de frutas. Mas nunca dei a sorte de escolher tamanha iguaria...


  37. Trocava-se de mal apertando os dedos mindinhos, fazia-se as pazes com os polegares. Em uma era pré-Aids fazíamos pactos de sangue. Éramos dramáticos até a morte extrema. E tudo era prenúncio de uma tragédia grega ou de fotonovela italiana da finada revista Grande Hotel. Os atores tinham até fã-clube no país. E causavam suicídios entre as mal-amadas.

  38. Brigávamos na rua por bobagens tipo "não mete minha mãe no meio, senão eu meto no meio da tua”. E quando alguém do prédio acima jogava água (ou outros) para acabar com a balbúrdia, gritávamos: "Joga a mãe junto, amarrada a um piano!”. Imagino que era para ela cair mais rápido. Ou talvez  um certo preconceito contra os "pequenos burgueses" que tinham piano em casa. O quente era tocar violão! Éramos meio edipianos...

  39. Alguns começavam a fumar bem cedo para se sentirem mais velhos como o Sean Connery, charmosos que nem o Paul Newman, gostosas como a Kim Novak ou Marilyn Monroe. E macho mesmo fumava só cigarro sem filtro, tipo Continental. Vários já viraram saudade nesta onda.
  40. Eu experimentei um tal de "Cigarros Cônsul" porque era mentolado, mais coloquei de volta o que nem tinha dentro.
  41. Salvo do câncer, do enfisema e da impotência (ufa!) pelo engasgo e pelo mico.

  42. Nos cinemas era proibido comer, fumar e beber. E alguns beijos mais afoitos eram devidamente iluminados pelo lanterninha. Se o casal reincidisse no delito era colocado para fora, como Adão e Eva do Cine Paraíso. Muitas boas reputações foram destruídas em matinês...
  43. Menina que ia à em lugares indevidos a noite ficava falada para o resto dos dias.
  44. Se fosse de lambreta então, já estava no inferno. E não casava mais. Apesar de que alguns cirurgiões plásticos apregoavam que sabiam como restaurar virgindades. Literalmente.

  45. Para nós, garotos com espinhas ou sem espinhas, sexo só com as revistinhas de sacanagem do Carlos Zéfiro, que ainda não era Cult e não posava em capa de disco da Marisa Monte. Ou então, com revistas de fotografias que mostravam fotos de mulheres nuas retocadas "lá em baixo" em uma era pré-Photoshop.

  46. Revista Playboy só as importadas. E alguns pais as mantinham guardadas em cofres, junto com os bônus do Tesouro Nacional. E mesmo assim nelas não podiam aparecer pelos e nem a perereca. Que, aliás, a Dercy Gonçalves, que já era velha na época, tão bem popularizou na música " A Perereca da Vizinha Está Presa na Gaiola". Um clássico do cancioneiro carnavalesco como verá depois.

  47. “As meninas eram muitos difíceis” e, zelosas da reputação ou com, medo de ficar para "titia" só começavam a atuar bem depois dos vinte. A solução era recorrer às profissionais, que estavam mais para amadoras, com trocadilho mesmo. Ou visitar o quarto daquela empregada mais afoita na calada da noite.

  48. Naquele tempo não havia diaristas e quase todas dormiam nas casas onde trabalhavam. E tinham que subir pelo elevador dos fundos junto com os "pretos" ou "os de pele moreninha", eufemismo então corrente no país que mal sabia disfarçar um racismo secular.
  49. O Brasil era uma grande senzala. Era?

  50. Não havia esse negócio de viajar para praias com o namorado.

  51. Algumas reputações de Hollywood foram destruídas nos bailes de Carnaval. Todos se lembram do galã másculo Rock Hudson agarrado aos beijos e barrancos com um fuzileiro naval na piscina do Copacabana, enquanto a orquestra atacava de Cidade Maravilhosa. Música que encerravam os bailes, de clubes ou das ruas cercadas por cordas, onde ficávamos dando voltas abraçados nas meninas, vestidos de tirolês, caubóis ou havaianas.

  52. E pulando ao som de uma bandinha xexelenta (?)  tocando músicas de duplo sentido, ou até meio explicitas, tipo: "olha a cabeleira do Zezé, será que ele é...", ou" foi ele que botou o pó em mim". Pó de mico... É claro que as meninas avançadas trocavam o "ó" por "au"... E sempre ajeitando os sarongues.

  53. Aliás, as sandálias havaianas eram chamadas de japonesas e homem só podia usar as de cores escuras. E mesmo assim só para ir à praia. Camisa vermelha era "coisa de viado", diziam. Ou pederasta, como as famílias diziam dos filhos dos outros. Mas havia muito pai que era cego e não via que seu filho dava umas boas "desmunhecadas" ou jogava "água fora da bacia";.
  54. A juventude era uma doença que se curava com o tempo.

  55. Até que, no começo de 1964, a Beatlemania explodiu no mundo e tudo começou a mudar. Pela primeira vez na história, jovens começavam a formar opiniões e a mudar o comportamento vigente da sociedade careta de então. Descobríamos a liberdade. Que não era só um jeans azul e desbotado do anúncio da US Top. Liberdade, liberdade que abria suas asas sobre nós!
  56. Ela era real e para sempre. Assim, pelo menos pensávamos.

  57. Mal sabíamos que em 1º de Abril de 1964, o dia da mentira, um golpe militar de direita iria mergulhar o país na mais longa noite , na pior escuridão, no caos e no medo.
  58. Uma noite que durou 21 anos. Nesta longa e vazia noite, amigos desapareciam, como que encantados por um bruxo mau, para sempre. No que parecia ser uma escuridão eterna, havia uma tênue esperança de luz no fim do túnel. Alguns, mais pessimistas, diziam que era um trem na contramão...
  59. Pichávamos paredes com palavras de ordem contra os militares. Passeávamos em passeatas, no centro da cidade, que sempre acabavam, em grossa pancadaria, repressão das "otoridades" e muitas prisões. E beijos entre os sobreviventes, livres, leves e até então soltos. Mas a gente era feliz. E sabia disso, mesmo quando vivíamos na fossa. Que, aliás, eram volúveis e voláteis e sujeitas a dias de praia e sol e noites de chuva ou lua cheia.

  60. Acreditávamos no amor eterno, mas não achávamos que veríamos o século XXI. E 2001, além de ser um grande enigmático filme (para os reles mortais e burgueses que não entendiam bulhufas), era uma data abstrata e distante. Saudávamos-nos uns aos outros com um simples "paz e amor".

  61. Acreditávamos nisso. E continuo acreditando...

sexta-feira, 2 de março de 2012

TV Gradiente



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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

COMO COMEÇOU A INTERNET



O que é a Internet?
A Internet, não é somente, como se pensa, uma rede mundial de computadores e sim milhares de redes de computadores ligadas entre si. O próprio nome o diz: redes interconectadas.

Como começou a Internet ?
A Internet começou nos EUA nos anos sessenta. Era o período da Guerra Fria. O governo, na figura dos militares, temiam que na hipótese de guerra, instalações com computadores pudessem ser destruídas, derrubando todo o sistema de informações e controle militar. O DARPA (Departamento de Defesa de Pesquisas Avançadas) decidiu desenvolver uma rede de computadores que pudesse sobreviver a um ataque aos EUA. Era preciso criar redundância no tráfego (e no conteúdo) de informações, para que, mesmo que um ponto da rede fosse destruído, os outros continuassem funcionando. A idéia também e que se criasse uma rede multiplataforma, ou seja, que não exigisse que todos os computadores da rede fossem os mesmos.

Com o passar dos anos a rede foi expandindo-se. Passou a ser usada nas Universidades. No final dos anos 80 houve a explosão da Internet comercial, quando começou a ser permitido o acesso aos usuários comuns.

Quem é o dono da Internet ? Quem paga por ela ?
A Internet não possui um dono. Cada uma das redes interligadas tem seu administrador. Sejam elas com ou sem fins lucrativos. Cada fornecedor de serviço (provedor) paga pelo tráfego que flui pela sua conexão com a rede. Cada país tem políticas particulares em relação a Internet.

Como funciona a Internet?
O protocolo ( conjunto de regras para que os computadores "conversem" entre si ) que possibilitou a Internet chama-se TCP/IP (Protocolo de Controle de Transmissão / Protocolo da Internet) . Foi criado pela universidade de Berkley por encomenda do governo americano.

O TCP/IP funciona fragmentando as informações que precisam ser transmitidas. Esses fragmentos são identificados e enviados ao destino. O caminho até o destino normalmente não é único. A estrutura funcional das redes TCP/IP permitem que as rotas sejam dinamicamente criadas/alteradas baseando-se em tráfego (congestionamento) ou defeitos no caminho. O protocolo é forte o suficiente para sempre garantir que as informações sempre sejam "montadas" corretamente no destino. Havendo problemas na rede, pacotes podem até seguir rotas diversas para chegar o destino. Porém o protocolo sabe exatamente a ordem de montagem dos pacotes para garantir a integridade da informação transmitida. Esse protocolo é que permite a existência da Internet e que computadores que rodam sistemas operacionais totalmente distintos (como o DOS e o UNIX) conversem entre si sem problemas.

Compreendendo os endereços da Internet
Cada site e cada computador possui seu próprio endereço e pode ser exibido de duas formas:

Grupo de números com divisão de pontos entre eles. Ex.: 199.60.103.11
Grupo de letras ou palavras com divisão de pontos entre eles. Ex.: compuland.com.br.
A única diferença que existe, é que, o endereço com números é aquele interpretado pelo TCP/ IP e a de letras foi criada pelo fato do ser humano memorizar mais facilmente palavras do que seqüências de números .

A cada conjunto de computadores (exemplo uma rede local) que seja ligada a Internet, é atribuído um nome de domínio e um grupo de endereços IP correspondentes, por uma entidade central em cada país. Nos EUA existe a INTERNIC que é responsável pelas atribuições de domínios. Ela e a entidade controladora de todas as outras no mundo. No Brasil, a responsável é a FAPESP, em São Paulo. Esse controle centralizado é que permite que se encontre informações sobre qualquer máquina ligada a Internet e onde ela se encontra.

Os endereços com letras, ou seja, domínios são divididos em partes cada qual com o seu respectivo significado.

Exemplo: compuland.com.br

[Compuland] é o nome do site
[com ] é o domínio e significa que é um site comercial
[br] é o código que significa que o site está localizado no Brasil .

O que você precisa para se conectar ?
O hardware (computador, modem, linha telefônica)
Um fornecedor do serviço (um provedor Internet).
Exemplo : CompuLand Informática.

O modem
Existem dois tipos de modem : o externo e o interno. A velocidade do modem pode variar. É claro que quanto mais velocidade tiver o seu modem mais rápida será a comunicação de dados . Quanto mais rápida a transmissão mais se economiza na conta telefônica.
Existem modems mais lentos do que 14.4 k baud, porém não são recomendáveis.

Serviços básicos na Internet
Correio eletrônico ( E-mail )
Navegador WEB ( visualização de páginas)

Como Começou a Televisão Brasileira







O INÍCIO DA TELEVISÃO BRASILEIRA:



18 de setembro de 1950. Está inaugurada a televisão no Brasil...PRF-3, Tupi Difusora. Em sessão solene realizada em São Paulo, Assis Chateaubriand e Homero Silva levam ao ar (ao vivo) o primeiro programa da televisão brasileira: "Show na Taba", que mesclava música, humor, dança e um quadro de dramaturgia, apresentado pelo próprio Homero Silva, com direção de Demirval Costa Lima e Cassiano Gabus Mendes.
O hino composto para a ocasião seria cantado por Hebe Camargo, mas foi interpretado pela atriz Lolita Rodrigues. Comenta-se que Hebe resolveu sair para namorar bem na hora H...
- "Estamos ao vivo!!!" Respirar para Cassiano Gabus Mendes estava difícil. Ao final da transmissão, quando todos já se sentiam aliviados, veio a pergunta: - "O que vamos colocar no ar amanhã???"
Assim começou a televisão no Brasil... muita vontade, pouca experiência e muito sacrifício!!!Dizem que a emoção foi tanta, que Assis Chateaubriand inaugurou sua emissora igualmente como se batiza um navio: quebrando uma garrafa de champanha na lente da câmera. Como conseqüência, a transmissão, que teria três câmeras, passou a ter só duas. São Paulo foi o primeiro estado da América Latina a ter uma emissora de televisão. Em pouco tempo, o interesse foi tão grande que empresas de São Paulo e Rio de Janeiro começaram a importar aparelhos para vender ao público.
Hino da Televisão
Vingou como tudo vingano teu chão, PiratiningaA cruz que Anchieta plantou!Pois, dir-se-á que ela hoje acenaPor uma altíssima antenaEm que o Cruzeiro pousou.E te dá, num amuleto,O vermelho, branco e pretoDas contas do teu colar.E te mostra num espelho, O preto, branco e vermelho,Das penas do teu tocar.

Entre os primeiros programas, além dos filmes, destacava-se " A escolinha de Ciccilo": um sucesso levado do rádio para a televisão por Ribeiro Filho. Aos 14 anos, Walter Avancini já atuava como ator e interpretava um adolescente italiano. Hebe Camargo e Ivon Curi faziam sucesso e entravam para a história cantando "Noite de Luar".

18 de setembro de 1950: às 21 horas, Dr. Assis brindava dizendo: "Vamos saudar a inauguração do mais subversivo instrumento de comunicação deste século!""Câmera Um", programa feito apenas com uma câmera e "ao vivo", contava histórias de terror e suspense - eram peças de teatro do tipo grande guigno. O nome vem do teatro francês que fazia esse tipo de peça. Para a época, um programa com direção avançada e ousada, pois baseava-se nos filmes de Hitchcock, entre os quais "The rope" (no Brasil, "Festim diabólico"). A inovação apresentada pelo grande cineasta consistia em dirigir o filme inteiro num único plano e, para eliminar os cortes, paredes e móveis do cenário se moviam. Jacy Campos, diretor do "Câmera Um", colheu glórias pela sua audácia para a época.
Tudo (desde o momento de entrar no ar até seu fechamento) era "ao vivo". Lenda ou fato, a atriz Neide Alexandre, como garota propaganda, querendo demostrar a resistência de um prato que o fabricante dizia ser inquebrável, jogou-o no chão!!!!!! Dito e feito!!!! Espatifou-se e nem era possível chamar "nossos comercias, por favor!!!"
A televisão era um espetáculo diário com 12 a 14 horas ininterruptas, trabalhava-se sete dias por semana, com muito improviso, pouca responsabilidade e todos os problemas eram resolvidos com muita criatividade.
" Que a televisão não seja sempre vista como a montra condenada, a fenestra sinistra, mas tomada pelo que ela é de Poesia." - " Santa Clara, Padroeira da Televisão", de Caetano Veloso, no disco Circuladô - 1991.1960 e a televisão brasileira já estava a todo vapor: chegava o vídeo-tape, as novelas abraçavam uma maior audiência, os seriados americanos chegavam sem parar (quem não se lembra de "Papai sabe tudo"). Também ia ao ar o "Grande Teatro", às segundas-feiras, com um elenco de atores do TBC - Teatro Brasileiro de Comédia, que incluía Sérgio Brito, Ítalo Rossi e Fernanda Montenegro. A TV Tupi de São Paulo, juntamente com a TV Record, apresentavam os melhores programas de entretenimento para um país que vivia a própria ditadura, selvagem, agressiva e intimidadora. Na certa, assistir televisão era para poucos, só em preto e branco e, muitas vezes, na casa do vizinho - o televizinho: aquele mais rico da rua que era invejado por todos, pois ele tinha uma "TELEVISÃO".
Também nessa época surge a Jovem Guarda, apresentada por um rapaz franzino, tímido, que a TV Record transformaria no maior cantor brasileiro de todos os tempos. "Essa garota é papo firme..." e tantos outros sucessos levaram Roberto Carlos a ter uma das maiores audiências das tardes de domingo. Hoje, Rede Globo e SBT brigam com a incapacidade e o besteirol eletrônico para ver quem é o primeiro (pior).
Ninguém da época dos pioneiros imaginaria assistir atentados terroristas ao vivo na caixinha mágica (apelido que ganhou nos últimos tempos), com imagens tão impressionantes que só o cinema, até então, tinha ousado criar.
"A televisão é honesta : a cada 15 minutos ela interrompe os programas para dizer: 'nós estamos aqui para vender extrato de tomate e sabonete.' Não se deve cobrar dela uma função educativa, porque a vocação dela é ser comercial". Sílvio de Abreu
"Almoço com as estrelas", programa de 1966 apresentado por Airton Rodrigues e Lolita Rodrigues, esteve no ar por vários anos pela TV Tupi de São Paulo. Sua receita era simples: os artistas mais famosos da época sempre marcavam sua presença e, com isso, ganhou muitos pontos de audiência. Assim como Hebe Camargo, que em 1963 iniciou uma nova fase deixando a emissora e se dedicando ao casamento com Décio Capuano.
Mas a TV Tupi já experimentava a concorrência e a televisão carioca começava a ganhar espaço também em São Paulo, com artistas de primeira linha. O apresentador Flávio Cavalcanti fazia quadros com Antônio Carlos Jobim (até então um desconhecido maestro em início de carreira): ninguém podia perder a "Noite de Gala".

Os programas de humor também agradam em cheio. Nessa mesma época, a TV Tupi apresentava, todas as tardes, a novela "Lar Doce Lar". Às cinco da tarde, um programa feminino, fechando com outra novela noturna até chegar o momento do grande e inesquecível "Repórter Esso".
A TV Excelsior começa a roubar os grandes atores da Tupi e surge a primeira grande mudança significativa na televisão brasileira. Os atores Tarcísio Meira e Glória Menezes, que tinham acabado de fazer o filme "Cleópatra", começam suas carreiras na televisão com a novela "2-5499 Ocupado": a primeira novela diária da televisão brasileira. Gravada em vídeo-tape, foi trazida por Edson Leite da Argentina, que na época era o diretor geral da Excelsior. Foi uma tremenda revolução na TV. A concorrência sentiu o golpe.
A televisão cria o Jornal Nacional, e o seu grande marco é a transmissão ao vivo do primeiro homem pisando na Lua: o Brasil parou para ver, via satélite, Neil Armstrong dar seus pulinhos no símbolo dos namorados.
1970 e outro momento mágico vive a televisão brasileira: a transmissão da Copa do México e, o que é melhor, "Brasil Tricampeão" - Gerson, Pelé, Rivelino, nossa, tudo isso na cara da gente!!! A festa era total, num pool de emissoras os locutores se revezavam, transmitindo cada um apenas um tempo de cada jogo do Brasil. Mas não podemos esquecer da ditadura, que era cada vez mais presente em nosso país. Assistir peças de teatro como "Roda Viva", de Chico Buarque de Holanda, era, sem dúvida nenhuma, pedir para apanhar da polícia.
Novelas de Janete Clair emocionaram o país, entre elas "Selva de Pedra" (1972) e "Pecado Capital" (1975) e o Jornal Nacional, com o apresentador Cid Moreira, se tornou cada vez mais presente no nosso dia a dia. A Rede Globo de Televisão começava a oferecer uma programação consistente que pedia fidelidade ao seu telespectador e dava em troca o "Padrão de Qualidade Globo", através do todo-poderoso Boni: sem dúvida, o maior homem da televisão no Brasil, que oriundo do rádio, produziu discos e trabalhou em agências de publicidade. Sua especialidade era misturar todos os programas e criar a melhor programação em forma de pirâmide que a televisão brasileira já pôde ver.
Já se percebia uma variedade muito rica de programas na televisão, e o jornalismo, sempre presente, transmitia ao vivo uma das maiores tragédias ocorridas em São Paulo, quando o Edifício Andraus fervia em chamas. O Brasil parou para ver esse triste acontecimento. Assim caminhava a televisão brasileira.
Mas também tivemos coisas mais amenas, como "A Praça da Alegria" do saudoso Manoel da Nóbrega, que cria, na época, um programa de televisão que faz sucesso até hoje. Talvez seja o mais antigo da televisão brasileira, que foi passado de pai para filho e, sem dúvida, isso irá se repetir novamente.
E a "Família Trapo", com Zeloni, Ronald Golias (um dos maiores humoristas que o Brasil já conheceu) e Jô Soares, o mordomo da família. Jô e Carlos Alberto de Nóbrega escreviam a maioria dos episódios da "Família Trapo", que era apresentado todos os sábados à noite , pela TV Record de São Paulo. Na mesma época surgem os sitcoms (termo usado pelos americanos para comédias de situação), tais como "I love Lucy", um dos maiores sucessos aqui no Brasil, e outros seriados como "Perdidos no Espaço", com o velho e sempre atrapalhado Dr. Smith discutindo com o robô da família Robinson. Por aqui a gente se delicia com "Shazam, Xerife & Cia", com Paulo José e Flávio Migliaccio.
Mas, em televisão, "quem não se comunica se trumbica .... eu vim aqui para confundir e não para explicar..." O nosso querido velho guerreiro, o Chacrinha, com seus programas de calouros, e toda sua técnica de conduzir um programa de auditório e entretenimento, sem compromisso com nada, apenas em fazer aquilo que se gosta, de uma maneira clara, limpa e honesta, sempre com o seu Troféu Abacaxi!!! "Quem vai querer..."
1980: a Philco lança o primeiro videogame para a TV no país, o "Telejogo". A televisão passa a ser para a criançada e, por que não, para os adultos também. Surge uma nova maneira de diversão (agora sob o comando do telespectador) e, em 1982, a Sharp lança o primeiro vídeo-cassete. Pronto! A televisão brasileira acabou!!! Todos nós só vamos ver filmes, acontece o boom das locadoras de vídeos (abria uma a cada esquina). Enfim o cinema chegava em casa, com direito a pipoca, o conforto do lar doce lar e o melhor: sem intervalos comerciais. Uma nova mania surgia na cidade: amigos reuniam-se para assistir vários filmes nos finais de semana, as promoções das vídeo-locadoras eram infinitas (leve três e pague dois), as fitas de vídeo estavam concorrendo com os produtos em promoção nos supermercados.
Agora então a televisão morreu de vez... Mas Hebe Camargo seguia firme com seu programa e sua audiência cativa nas noites de segunda-feira, com sua risada inconfundível e sua simpatia proposital. A degustadora de cervejas não perdia a oportunidade de virar um copo cheio do malte sem sequer tomar fôlego. A inconfundível apresentadora sabia e sabe, até hoje, como comandar um dos programas de maior sucesso da televisão brasileira. Tanto que muitas acabam se espelhando na sua forma de apresentar e conduzir entrevistas. Adriane Galisteu é uma delas: a nova loirinha que já deu certo.
E no dia 28 de fevereiro de 1986, com uma inflação de 250% ao ano e os gastos públicos fora de controle, o Brasil decide enfrentar o Dragão!!! O Presidente José Sarney, às nove horas e trinta minutos de uma sexta-feira, anuncia aos brasileiros o fortíssimo pacote econômico que extinguia três zeros da nova moeda, acabava com a correção monetária e novamente a televisão estava presente como fonte de informação.
A Rede Globo de Televisão também investe nos festivais, e o cantor e compositor Guilherme Arantes vence com a música "Planeta Água" e Tetê Spínola aparece com a música "Escrito nas Estrelas".
O efeito "Dancing Days" (com Sônia Braga e Antonio Fagundes) varre o país: as discotecas começavam a fervilhar e "As Frenéticas" (obra de Nelson Motta) dia sim outro também estavam na "Discoteca do Chacrinha": era a hora de "abrir as asas, cair na gandaia e entrar na festa!!!", como a música dizia.

Os seriados da Rede Globo começavam a fazer um enorme sucesso, e a emissora do Sr. Abravanel começava a despontar e a subir na audiência com seus programas popularescos, que a crítica paulista não parava de comentar (talvez seja por isso que Silvio Santos não goste de jornalismo, nem de jornalistas). Aos domingos, ele era o rei absoluto: ninguém batia sua audiência. A razão: um público extremamente fiel ao seu talento, sua simplicidade e sua capacidade de criar e remontar programas adaptando-os à cultura popular brasileira. A TVS (hoje SBT - Sistema Brasileiro de Televisão) começa sua trajetória para tornar-se a segunda emissora em audiência do país. Ao contrário do que acontece nos EUA, onde coexistem várias emissoras fortes trabalhando simultaneamente, cada uma com o seu perfil disputando fatias de audiência, aqui no Brasil a televisão tem como característica marcante o fato de existir uma grande emissora, acima de todas as outras, praticamente monopolizando o mercado.
"Xuxa" e os seus baixinhos dominavam o horário matinal com músicas, sapatinhos, bonecas, enfim, todo e qualquer produto que pudesse ser explorado para vender a marca da apresentadora (este aspecto merece um estudo bem maior, talvez até uma tese).
Malu Mulher, Carga Pesada, Armação Ilimitada eram produtos da Rede Globo que faziam um tremendo sucesso com os jovens da época. Quem não lembra também de "Anos Dourados", com Malu Mader e Felipe Camargo, minissérie que conquistou de vez o público brasileiro? Grandes diretores e jovens atores marcavam sua presença nas salas de entretenimento em cada casa.
Assim caminhava nossa televisão: ditando regras, mostrando a nova moda, exigindo novos comportamentos, situando e transformando a cabeça dos jovens, emocionando a todos com suas produções em folhetins eletrônicos que absorviam uma boa parte da noite dos brasileiros. Era hora de chorar ou rir, não importa: era hora de viver outra realidade, menos a de quem trabalhava o dia todo. Como numa mágica, transportar-se para um mundo dos sonhos palpáveis, ao alcance de todos, sem contas para pagar, sem problemas (só os dos outros). Soluções claras e rápidas: bastava um dia, uma cena, um corte seco e lá estava o fim de todo um drama que havia se desenvolvido ao longo de alguns meses. Claro que com final feliz, onde o mocinho ficava com a mocinha e o vilão era castigado duramente - assim o telespectador admirava o quanto a vida é justa.
Uma obra aberta é um fantasma para os autores, mas fascinante ao mesmo tempo, pois torna o produto inteiramente diferente. Durante uma novela, todo mundo acaba dando palpite e é o público quem mais influencia em uma possível virada na história, pois bastam os comentários negativos sobre qualquer casal, assunto ou tema abordado que modificações acontecem.
Existem alguns elementos (típicos da receita de sucesso) que toda novela deve ter: o mocinho, a mocinha, o vilão da história, a ingênua, o filho perdido que não sabe quem são seus pais verdadeiros, o velho, o jovem e o romance (esse sempre jovem). Basta seguir este modelo, arrumar um bom argumento, uma boa costura na trama e pronto! O sucesso é inevitável. Mas, até quando essa receita vai dar frutos? Até agora não se percebe nenhum movimento ou ensaio nesse sentido e parece que ainda teremos, por vários e vários anos, a mesma receita, os mesmos temas, o mesmo melodrama que estamos acostumados a ver.
Mas a televisão brasileira não está fixada só em novelas, temos também o besteirol dos programas de auditório e é na década de 1990 que tudo isso começa a aparecer aos nossos olhos de uma forma clara (ou seria escura?), pois a qualidade da programação começa a percorrer uma descida sem limites. Por outro lado, a TV a cabo chega para abocanhar um público mais seletivo e qualificado, determinando a corrida dos telespectadores para uma programação de melhor qualidade. Este fato empurra a nossa televisão de sinal aberto ainda mais para o fundo do poço do absurdo, onde vale tudo para ganhar audiência. Até transmitir, o dia todo, enterro de personalidades e ídolos brasileiros com direito a música de fundo (das mais tristes, é claro). Explora-se o sentimento das pessoas que acabam sentando na frente da TV para lamentar, junto com a família do defunto, o momento em que o caixão é fechado definitivamente.
Mas não é só de coisa tão ruim assim que ultrapassamos a década de 1990. A Internet vem para ficar, para preocupar novamente os fanáticos pela televisão - os bites, os chats, os softwares, os hardwares - nomes que começam a fazer parte da linguagem popular, os sites, as home-pages dão o tom da década. E é para essa tecnologia que todo mundo corre, com a compra de computadores caseiros, e-mail pessoal (nossa, um correio eletrônico!!!) e ninguém mais ousava ficar para trás, pois isso seria o fim (a tecnologia engolia o homem).
Em 1997, o primeiro programa brasileiro visto simultaneamente pela Internet foi o "Fantástico". Já em 1998, a primeira experiência de HDTV feita no Brasil foi no mesmo programa. Assim seguia a nossa televisão... A TVA fez a primeira demonstração interativa via Internet somando SBT, TVA, AJATO, MEDIA CAST - novamente a tecnologia a serviço da informação televisiva.
Grandes diretores e produtores surgem também nessa época, como Guel Arraes, que depois de realizar "O Auto da Compadecida", leva para os cinemas o sucesso da TV.
Surgiu também a MTV, uma emissora que no seu início parecia rádio (tocava música o tempo todo), mas vinha com uma novidade: os vídeo-clipes, fazendo com que fosse uma forte opção para o público jovem, que acabou migrando para o canal. Criou um estilo próprio, chamado pelo próprio público "linguagem MTV".
A televisão é um mundo à parte por onde passam vários profissionais que não estão na frente da telinha e essa é a grande mágica: transformar idéias em roteiros, imagens que emocionam e informam. As Agências de Publicidade também fazem parte da história e da evolução da TV no Brasil, com seus comerciais inesquecíveis (quem não se lembra do Garoto BomBril, do baixinho da Kaiser, do primeiro sutiã?).
Durante esses cinqüenta anos de sucesso (muito sucesso), pesando bem na balança, os frutos são superiores e permanecem, e o podre, como em tudo, acaba se estragando.
Estaremos agora nesse novo século a experimentar uma nova televisão? Estaremos formando novos profissionais para construir uma televisão de qualidade? A criatividade de nossos autores, diretores e produtores estará despertando? O cinema brasileiro será o grande boom deste novo século?
Quem poderá responder a essas perguntas: doutores de psicologia, sociologia, professores de criatividade, de jornalismo, de radialismo? Quem serão os novos comandantes desse veículo de comunicação mais poderoso do Brasil? Os alunos de comunicação estarão sendo preparados para uma mudança radical na programação das emissoras (se por ventura vier a acontecer)? O que o povo gosta de ver? Ouvir? Sentir? Emoção? Informação?
Analisando a trajetória desses 50 anos, percebe-se uma clara mudança no comportamento dos jovens em virtude da televisão, que acaba substituindo a função dos pais. A solidão do ser humano continua depois da televisão com a Internet?
Gabriela e Regina Duarte em Chiquinha Gonzaga 1 fase Programa do Chacrinha
Agora, depois de ler essa matéria, não esqueça, hoje à noite tem futebol ao vivo!!! Convide os amigos, reúna-se em casa e não esqueça daquela bem gelada. Televisão: está na hora da diversão!!!

Algumas curiosidades durante os 50 anos da TV Brasileira
· Em 31 de março de 1997, o "Jornal Nacional" exibiu na imagens de truculenta violência policial contra nove cidadãos da região de Diadema (SP), que resultou no afastamento dos policiais envolvidos e até na prisão de alguns deles durante vários anos. Tudo isso, graças a uma gravação amadora realizada no momento em que toda a maldade acontecia.
· Aproveitando a iniciativa da Tupi, que transmitia eventuais sessões coloridas, a agência Panam Propaganda realizou, em 1964, o primeiro comercial em cores da TV brasileira. Poucos telespectadores puderam ver o novo filme em desenho animado das geladeiras e fogões Brastemp, estrelado pela já famosa família de esquimós.
· Nos festivais da Tupi, a finalíssima foi em 8/12/79 no Palácio das Convenções do Anhembi, e o cantor/compositor Fagner consagrou-se como o grande vencedor. Ele cantou "Quem me levará sou eu", de Dominguinhos e Manduca, com arranjos de Wagner Tiso. Em segundo lugar ficou Valter Franco, com a música "Canalha" (de sua autoria), e em terceiro lugar ficou Oswaldo Montenegro, com a música "Bandolins".
· No dia 08/04/92, a Globo convidou o público a "interagir" com um novo programa: "Você Decide", onde o telespectador tinha a oportunidade de decidir o final da história votando de sua casa através do telefone.
· TV-U: foi a primeira emissora educativa da América Latina. Adotando o slogan "Som e imagem a serviço da cultura", o canal 11, de Recife, foi inaugurado em 22/11/1968, tendo como diretor o professor Marcelo Caetano Queirós de Andrade, da Universidade de Pernambuco. Na festa inaugural, estiveram presentes o representante do Ministro da Educação e o Governador do Estado. A programação inicial contava com musicais, teleteatro e reportagens externas.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Mogi Mirim - Minha cidade de coração
















Mogi Mirim é um município brasileiro do estado de São Paulo, com vocação industrial e agrícola. Localiza-se a uma latitude 22º25'55" sul e a uma longitude 46º57'28"oeste, estando a uma altitude de 632 metros. Dista cerca de 60 km de Campinas e 160 km de São Paulo. Sua população estimada em 2006 é de 93.820 habitantes.Seu nome, de origem TUPI, tem como interpretação mais aceita "pequeno rio das cobras", ou para alguns, "pequeno rio que serpenteia como cobra", mesmo porque não há, na região, nenhum registro de serpentário. O povoado da região, que era habitada por índios CAIAPÓS, iniciou-se por volta de 1720, com a passagem de bandeirantes paulistas que se dirigiam ao Estado de Goiás em busca de ouro. A freguesia foi criada em, 1751 desmembrada da freguesia de Moji do Campo, atual Moji Guaçu. Em 1769 foi criado o município, por cisão do município de Jundiaí. Foi elevada a município em 1849.
O município recebeu muitos imigrantes italianos, como os das famílias Zolli, Bucci, Brugneroto, Finazzi, Polettini, Biasotto, Marangoni, Sambinelli, Guarnieri, Storti, Zaniboni, dentre outros, os quais tiveram importante participação no auge da época do café e das ferrovias da Companhia Mogiana de Estradas de Ferrro.
Ferrovia
História da linha
Uma grande parte da história de Mogi Mirim está em sua ferrovia, que teve inauguração (ainda sem trilhos) na data de 27 de Agosto de1875, porD. Pedro II, e foi terminada em 1886, na altura da estação de Entroncamento. Desde então, foram feitas várias reformas, tornando o leito da linha atual muito diferente do original em praticamente toda a sua extensão. Suas modificações mais significativas foram feitas nos anos de 1926, 1929, 1951, 1969, 1964, 1972, 1973 e 1979, sendo que colocaram-se novas versões nos trechos reformados. A partir de 1971, a linha integrou-se à FEPASA.
Estação
Inaugurada em,1875 a estação de Mogi Mirim foi uma das primeiras da extinta Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Fica próxima à área central da cidade, e foi desativada em 1979, quando as companhias paulistas já haviam sido reunidas na Fepasa (Ferrovias Paulistas S.A.). A desativação se deu em conseqüência da remoção das linhas férreas do centro da cidade para ponto localizado na zona Leste, no contexto da redefinição do trecho de Guedes a Mato Seco. Dessa estação, saía o ramal de Itapira, que chegava até Santa Rita do Sapucaí. Há, fora da cidade, uma estação “nova”, aos padrões da Fepasa, construída na variante. A antiga estação foi incorporada ao patrimônio da prefeitura na ocasião da construção do trecho inicial da Avenida Adib Chaib, e foi reformada e modernizada no ano de 2007, sendo atualmente sede de alguns órgãos públicos municipais.

A economia do município, que possui dois distritos industriais, é formada principalmente pelas empresas Ambev, Baumer, Lindsay, Fundição Regali, Alpargatas , Eatom, Sabó, Monroe, Balestro, AmBev, Marangoni, Master Foods, dentre outras. O setor agrícola também é importante, em razão de grandes plantações de mandioca e laranja. O município conta ainda com um bem estruturado setor comercial e de serviços.
Turismo

Pontos turísticos: Praça Rui Barbosa, Matriz de São José, Jardim Velho e Praça da Bandeira, no Centro, Clube Mogiano - (Recanto), um dos mais belos clubes privados do Estado; Voçoroca (área de erosão); Cachoeira de Cima (barragem); Pedreira de Grava; e o Zoológico do Horto Florestal. Mogi Mirim conta com um clube de futebol, o Mogi Mirim Esporte Clube.
Igreja Católica
O município pertence à Diocese de Amparo e conta com quatro matrizes, destacando-se a bela a Matriz de São José, situada na Praça Rui Barbosa (praça central).
A grafia correta, de acordo com as normas ortográficas da língua portuguesa, em vigor desde 1943, é Mojimirim, pois prescreve-se o uso da letra "J" para palavras de origem Tupi-Guarani. O nome vem do tupi M'Boiji Mirim (ou M'Boîj), pequeno rio que serpenteia (referindo-se ao Rio Mogi Mirim). Ao longo dos anos, a grafia M'Boijy foi alterada para Boigy, depois para Mogy, Mogi e finalmente para Moji. Já o sufixo mirim se aglutina à palavra sem ífen. Todavia, não há uma padronização dos documentos do município, sejam eles expedidos localmente ou mesmo pelo estado, por meio de instituições como a Secretaria de Segurança Pública ou o Detran.
Tal obrigatoriedade da atualização ortográfica do topônimo reflete-se em seu gentilício, escrito com J: mojimirinense.
Vicente Aparecido do Amaral ( Morador na infância na Rua Payssandú de 1960 / 1982 )

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

HISTÓRICO DAS FERROVIAS DO BRASIL


HISTÓRICO




1854


Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, empresário e empreendedor, inaugura a primeira ferrovia do Brasil, ligando a Raiz da Serra de Petrópolis ao Porto Mauá na Baia da Guanabara, Rio de Janeiro.

1867
É inaugurada a São Paulo Railway Company, depois Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, ligando o interior de São Paulo ao Porto de Santos, para transportar a produção de café do interior do estado paulista para exportação. Mauá participou da construção da ferrovia, mas foi excluído pelos sócios ingleses antes mesmo de sua inauguração.

1868

Um grupo de fazendeiros resolve criar a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, ligando Jundiaí à Campinas

1872
Um outro grupo de fazendeiros resolve criar uma ferrovia para propiciar o escoamento da produção de uma das regiões mais produtivas do estado de São Paulo, a região de Mogi-Mirim e Amparo.

Assim, em 21 de março a lei provincial nº 18 dá origem a Companhia Mogyana de Estradas de Ferro, com sede em Campinas.

O trecho inicial da concessão ia de Campinas à Mogi Mirim (na época Mogy-Mirim), havendo também um ramal entre Jaguariúna (na época Jaguary) e Amparo, todas as cidades localizadas na província de São Paulo.

Esta mesma lei concedia o prolongamento da linha até às margens do Rio Grande, passando por Casa Branca e Franca. O objetivo da estrada de ferro era, entre outros, transportar café e gado, concedia também o privilégio de zona e garantia de juros de 7% sobre o capital investido, na época 3.000:000$000 (três milhões de contos de réis). Também concedia o privilégio, sem garantia de juros para o prolongamento da linha até às margens do Rio Grande, passando por Casa Branca e Franca.

Os fundadores da Companhia foram: Antônio de Queiroz Telles (Barão, Visconde e Conde de Parnaíba), família Silva Prado e José Estanislau do Amaral, entre outros grandes plantadores de café. Fazia parte também o Barão de Tietê presidente da Companhia União Paulista (empresa de seguros).

A primeira reunião de acionistas ocorreu em 1° de julho, no Paço da Câmara Municipal de Campinas quando foi constituída a primeira diretoria, composta provisoriamente por: Antônio de Queiroz Telles, Tenente Coronel Egídio de Souza Aranha, Antônio Pinheiro de Ulhoa Cintra (Barão de Jaguara), Capitão Joaquim Quirino dos Santos e Antônio Manoel de Proença.

O projeto de construção e organização foi concluído em 2 de dezembro, que foram aprovados em junho do ano seguinte.

Em agosto, é inaugurada a Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

1873

Em 30 de março , esta a mesma diretoria é eleita definitivamente na Assembléia Geral.

Em 19 de julho, é firmado emitido o contrato com o Governo Provincial.

Em 28 de agosto inicia a construção da estrada de ferro.

O decreto imperial n° 5.137 de 13 de novembro, concede a autorização para Companhia funcionar e aprova seus estatutos.

1875

Em 3 de maio inaugura o primeiro trecho de 34 km da linha tronco, entre Campinas e Jaguariúna.

Em 27 de agosto inaugura, com a presença de Dom Pedro II, o segundo trecho de 41 km da linha tronco, entre Jaguariúna e Mogi Mirim.

15 de novembro inaugura o ramal de Jaguariúna à Amparo, com 30 km de extensão.

1878
Em 14 de janeiro linha tronco chega a Casa Branca e totaliza 173 km.

1880
Após longas discussões com os representantes da Província de São Paulo, do Governo Imperial e da Companhia Paulista, obtém o privilégio de estender seus trilhos até Ribeirão Preto, desviando a linha tronco de seu curso original.

1882
Em 30 de junho é inaugurado o ramal da Penha (Itapira).
1883
Em 23 de novembro a linha tronco chega a Ribeirão Preto e totaliza 318 km.
1887
Em 11 de abril os trilhos da linha tronco chegam a Franca.
1888
A Mogyana transpõe o Rio Grande, divisa das Províncias de São Paulo e Minas Gerais.

Fusão com a Companhia Ramal Férreo do Rio Pardo, que interligava Casa Branca à São José do Rio Pardo.

Inicia também o serviço de navegação no Rio Grande, passando a se chamar Companhia Mogyana de Estradas de Ferro e Navegação.

1889
Em 23 de abril a linha tronco chega a Uberaba-MG e completa 613 km de extensão.

Em 31 de julho é inaugurado o primeiro trecho do ramal de Mococa, trecho Casa Branca - Engenheiro Gomide.

1890
Em 2 de março é concluído o ramal de Amparo, quando os trilhos chegam em Monte Alegre.

Em 18 de março é concluído o ramal de Mococa, com a inauguração do trecho Engenheiro Gomide - Canoas.

1892
Em 28 de março é concluída a construção do ramal de Serra Negra.
1895
Em 21 de dezembro a linha tronco alcança Uberabinha-MG (Uberlândia), totalizando 744 km.
1896
Em 15 de novembro a linha tronco alcança Araguari-MG, totalizando 789 km. A concessão permitia que as linhas da CM chegassem a Catalão-GO, contudo devido aos contínuos deficits operacionais, desistiu de construí-lo, transferindo seus direitos para a Estrada de Ferro Goyaz.

1897
É aprovado pelo Governo Federal/Estadual a construção da Linha de Santos, contudo os esforços da São Paulo Railway para garantir seu monopólio são imensos, inclusive comprando a Estrada de Ferro Bragantina em 1903 para "bloquear" a passagem da linha pela região de Camanducaia, assim conseguindo inviabilizar a construção. No fim dos anos 20 o projeto é totalmente cancelado.

1898
Em 1° de agosto é concluída a construção do ramal de Itapira, quando os trilhos chegam em Sapucaí-MG

1899
Em 1° de agosto é inaugurado o primeiro trecho do ramal de Igarapava (Entroncamento-Amoroso Costa).

Nesta mesma data é inaugurado o primeiro trecho do ramal de Sertãozinho (Ribeirão Preto - Sertãozinho)

1903
Inaugura seu complexo de oficinas em Campinas.

Inauguração em 1° de abril do primeiro trecho do ramal de Guaxupé, entre Ribeiro do Valle e Itahyquara.

1904
Uma comissão é formada para avaliar a situação das estradas de ferro Paulista e Mogiana, propor um plano de fusão e ainda adquirir a Estrada de Ferro Sorocabana. Esta comissão fora formada por Alfredo Maia, representando o Gov. do Estado de São Paulo, Antonio Carlos da Silva Telles, pela CM e Adolpho Augusto Pinto, pela CP. O relatório foi entregue ao Governador do Estado, na época Jorge Tibiriça e aos representantes das companhias. O plano foi rejeitado pelos acionistas de ambas as empresas, nas assembléias de 1905.

Em 1° de abril é inaugurado o trecho Itahyquara - Julio Tavares do ramal de Guaxupé e em 15 de maio em concluído.

1906
Em 25 de novembro é inaugurado mais um trecho do ramal de Sertãozinho (Sertãozinho - Francisco Schimidt)

1908
A Mogiana inicia a montagem e fabricação de locomotivas a vapor. Vide o ano de 1922.
1909
São adquiridos os direitos para construir e explorar as linhas referentes à Rede de Viação Sul Mineira.

Em 21 de abril é concluída a construção do ramal de Socorro.

1911
Tomada do primeiro empréstimo na Inglaterra, para custear o projeto e a construção da linha de Santos e do Sul de Minas.
1912
Em 23 de junho é inaugurado o primeiro trecho do ramal Guaxupé-Passos.
1914
Tomada do segundo empréstimo na Inglaterra.

Em 3 de maio é concluída a construção do ramal de Sertãozinho, com a inauguração do trecho Francisco Schimidt - Pontal, totalizando 42 km.

1915
Em 3 de outubro, é concluído o ramal de Igarapava na época Santa Rita do Paraizo.
1921
Em 11 de dezembro é concluída a construção do ramal Guaxupé-Passos. Este foi o último ramal construído pela CM, a partir desta data ocorreram somente retificações de traçado da linha tronco.

1922
A locomotiva à vapor de manobra 807, fabricada pela CM, recebe um dos sete Grandes Prêmios da Exposição do Centenário da Independência que se realizou no Rio de Janeiro.

1923
Devido a desativação de serviço de navegação no Rio Grande, volta a se chamar somente Companhia Mogyana de Estradas de Ferro.

1926
Governo do Estado de São Paulo, permite a unificação da administração das linhas. Até então havia a divisão administrativa das linhas, divididas em: Tronco e ramais; Linha do Rio Grande e Ramal de Caldas; Linha do Catalão; Ramal de Guaxupé; Rede de Viação Sul Mineira.

É entregue ao tráfego a variante Anhumas-Tanquinho, primeiro trecho retificado na linha tronco.

1929
A crise mundial e depois o declínio da exportação de café, faz com que a Mogiana tenha cada vez mais redução de suas receitas, que associado ao alto custo da dívida externa ela fica sufocada financeiramente, fazendo com que seus equipamentos e linhas fiquem obsoletos, provocando ainda mais a fuga das cargas e passageiros das linhas.

1936
É fundada a Companhia Mogiana de Transportes, mais tarde Rodoviário da Cia. Mogiana.
1937
O nome da Mogyana passa a ser grafado com I.

A CM constroi sua primeira automotriz.

1940
A CM nacionaliza sua dívida externa, com isso consegue se livrar da pressão exercida pela variação cambial.

1945
É entregue ao tráfego na linha tronco a variante Tanquinho-Guedes.

São compradas as últimas 12 locomotivas a vapor, da fábrica Baldwin Locomotive Works.

1948
É entregue ao tráfego na linha tronco a retificação do traçado compreendendo Rodolfo Paixão-Mangabeira, retirando da região central de Uberaba os trilhos da estrada de ferro.

1951
É entregue ao tráfego na linha tronco a variante Lagoa Branca-Tambaú.

Uma parte da antiga variante, torna-se o ramal de Baldeação (Cel. Corrêa - Baldeação)

1952
Governo do Estado de São Paulo, gestão de Lucas Nogueira Garcez, adquire a maioria das ações da CM. Na época foram avaliadas diversas alternativas de solução para o problema, sendo que duas hipóteses foram a transferência da admnistração para a CP ou ....

Inicia o processo de dieselização com aquisição das primeiras locomotivas diesel-elétricas GE-Cooper Bessemer, .

1956
São fechados os ramais considerados deficitários, iniciando pelos de bitola de 60 cm, Serra Negra, Cravinhos e Jandaia.
1957
O governo federal cria através da lei 3.115 de 16 de março a Rede Ferroviária Federal, unindo 18 estradas de ferro.

são compradas mais 30 locomotivas EMD-GM, modelo G.12

1959
CM inicia a fabricação de carros de aço carbono.
1960
A CM compra mais 23 locomotivas GM-EMD, modelo GL.8.
1961
A CP é adquirida pelo Governo do Estado de São Paulo, gestão Carvalho Pinto.

São desativados os ramais de:

O trecho Mococa - Canoas do ramal de Mococa, de Biguatinga (Guaxupé-Biguatinga), de Vargem Grande (Lagoa Branca-Vargem Grande) e Pinhal (Mogi-Guaçú-Espírito Santo do Pinhal)

1964
É entregue ao tráfego na linha tronco a variante Bento Quirino-Entroncamento (entre Ribeirão Preto e Jardinópolis).
1966
O Trecho Ribeiro do Valle - Mococa é desativado, o trecho remanescente torna-se parte do ramal de Guaxupé.

Parte do ramal de Cajurú é desativado (Amália-Cajurú).

O ramal de Tuyuty (Juréia) é desativado.

O ramal de Monte Alegre do Sul é desativado.

O ramal de Socorro é desativado.

1967
Os trens da CM passam circular regularmente até Goiânia.

são adquiridas as últimas locomotivas diesel-elétricas, que totalizaram 89 unidades, incluindo as LEW procedentes da Alemanha Oriental e as ALCO, repassadas pela Paulista.

Pelo Decreto n.º 48.029, de 29 de maio de 1967, a Estrada de Ferro São Paulo e Minas foi transferida para a administração da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro e, mais tarde, pelo Decreto – Lei de 19 de setembro de 1969, foi transformada em sociedade de economia mista a fim de possibilitar a sua incorporação à FEPASA, em 11 de novembro de 1971.

O ramal de Cel. Corrêa - Baldeação é desativado.

O restante do ramal de Cajurú é desativado.

O ramal de Amparo é desativado.

1968
Em 21 de abril, inaugura o serviço de transporte de passageiros para Brasília-DF, que passam a correr regularmente a partir de 15 de dezembro. Chamado de Bandeirante, este trem utilizava carros Budd-Mafersa adquiridos da Estrada de Ferro Sorocabana.

A empresa francesa Sofrerail, é contratada pelo Governo do Estado e Companhia Paulista para avaliar e propor as bases da fusão das Estradas de Ferro em uma única empresa.

1970
Devido a construção da represa de Jaguara, a ponte sobre o Rio Grande que pertencia a linha tronco original foi submersa. A antiga linha tronco, que já havia perdido esta condição, é seccionada em dois ramais, Entroncamento-Rifaina e Amoroso Costa-Jaguara.

1971
Em 10 de novembro de 1971 pela Lei n.º 10.410/SP, o Governo do Estado de São Paulo unifica as ferrovias paulistas: Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Estrada de Ferro Sorocabana, Estrada de Ferro Araraquara, Estrada de Ferro São Paulo - Minas (desde 1967 sob administração da CM) e a Mogiana, criando-se assim a Fepasa - Ferrovia Paulista S/A.

1973
Liberada ao tráfego a variante Omega-Araguari construída pelo 11° Batalhão de Engenharia de Construção, na época 2° Batalhão Ferroviário, conhecido com Batalhão Mauá, destacando-se duas obras de arte, o viaduto do Fundão, com 660 metros de comprimento e altura máxima de 87 metros e a ponte sobre o Rio Araguari com 685 metros de comprimento.

Liberado ao tráfego de trens de passageiros, na linha tronco, as variantes Tambaú-Bento Quirino e Boa Vista-Guedes.

1974
Fepasa encomenda à GE um lote de 110 locomotivas U20C de bitola métrica, para reforçar o parque de tração.
1976
O ramal de Itapira é desativado.

A Fepasa lança o projeto para eletrificação do Corredor de Exportação Uberaba-Santos.

1977
Os trens para Brasília são suprimidos.
1978
O ramal de Casa Branca - Passos é desativado.
1979
Entregue ao tráfego na linha tronco, a variante Entrocamento-Amoroso Costa.
1981
Volta a circular um trem semanal de Campinas à Brasília, contudo não são mais utilizados os carros de aço inox Budd 800 e sim os de aço carbono da Rede Ferroviária Federal.

A partir do final dos anos 80, a Fepasa inicia a eletrificação do trecho Campinas-Ribeirão Preto, abandonando o projeto em 1995. O trecho Boa Vista – Casa Branca tem a sua parte fixa concluída, faltando o trecho Casa Branca – Ribeirão Preto.

1990
Corre o último trem de Campinas à Brasília.
1992
Rede Ferroviária Federal é incluída no plano nacional de desestatização.
1995
Paralisação da execução do projeto de eletrificação.
1996
A Malha Centro-Leste da Rede Ferroviária Federal é desestatizada, dando origem à Ferrovia Centro-Atlântica.
1997
O último trem de passageiros corre em 10 de setembro.
1998
Na gestão do governador Mario Covas, em 18 de fevereiro, a Fepasa é incorporada à Rede Ferroviária Federal, como parte do pagamento da grande dívida contraída pelos governos estaduais anteriores.

Em 10 de novembro, é arrematada em leilão pelo consórcio formado pela Ferroban - Ferrovias Bandeirantes S/A.

1999
Ferroban assume em 1° de janeiro. A exploração da linha vai até Aramina, desta estação até Araguari a exploração fica por conta da FCA - Ferrovia Centro-Atlântica.

A CVRD - Companhia Vale do Rio Doce assume o controle acionário da FCA.

2002
A FCA assume totalmente a exploração das linhas da CM, de Boa Vista Nova (Campinas) à Araguari.

As oficinas de Campinas não são transferidas para a FCA, permanecendo com a Ferroban.

É criada a Brasil Ferrovias, que assume o controle da Ferroban, Novoeste e Ferronorte.